Diesel apresentou aumento de R$ 0,24 para R$ 0,46.
Acréscimos nos combustíveis vão gerar receita extra para tapar rombo nas contas
públicas
O Governo Federal assinou ontem decreto aumentando
as alíquotas de PIS/Cofins sobre os combustíveis. Os tributos sobre o litro da
gasolina, por exemplo, saltaram de R$ 0,38 para R$ 0,79 – ou R$ 0,41. No
diesel, a conta passou de R$ 0,24 para R$ 0,46.
“O aumento das alíquotas do PIS/Cofins sobre
combustíveis é absolutamente necessário tendo em vista a preservação do ajuste
fiscal e a manutenção da trajetória de recuperação da economia brasileira”,
disse em nota conjunta os ministérios da Fazenda e do Planejamento. O
PIS/Cofins para o produtor de etanol passou de R$ 0,12 para R$ 0,13. Ao
distribuidor, que antes era livre do tributo, o acréscimo é de R$ 0,19. Em
2015, ano da última alta dos impostos, o aumento do PIS/Cofins da gasolina foi
de R$ 0,22 centavos por litro. Para o óleo diesel, o valor girou em R$ 0,15 no
período.
A elevação dos tributos já era certa, segundo
afirmações do ministro Henrique Meirelles, da Fazenda. Os acréscimos vão gerar
para o Governo uma receita adicional de R$ 10,4 bilhões. O objetivo do Palácio
do Planalto é cobrir o buraco nas receitas públicas e evitar uma eventual
revisão na meta do déficit de R$ 139 bilhões em 2017. Do lado das despesas
obrigatórias, o Governo deve bloquear R$ 5,9 bilhões dos gastos previstos no
orçamento de 2017. Os detalhes serão divulgados hoje pelo Ministério do
Planejamento, no relatório Bimestral de Receitas e Despesas.
Alta de 10%
O combustível vendido nas bombas (caso da gasolina)
terá um aumento aproximado de 10%. Assim avalia Bruno Iughetti, especialista em
Petróleo e Gás. “Pelas análises preliminares, a alta chegaria a 5%. Agora com
números concretos, o preço da gasolina ficará em, no mínimo, 10% mais caro”,
destaca.
Os repasses serão sentidos já na próxima semana.
“Ninguém trabalha com o estoque de combustíveis por mais de uma semana. Até
quarta ou quinta-feira os postos vão absorver esse aumento. Não seria lógico
aplicar os novos valores a partir de hoje”, disse.
Ele reforça que, para a mudança, primeiro vende-se
o combustível estocado – cujo valor comercializado na nota é inferior ao
definido ontem pelo Governo. Nas próximas remessas, gasolina, diesel e etanol
já terão aplicados as novas alíquotas.
Consumidor
A vendedora Vanessa Almeida lamenta a elevação dos
tributos e já pensa em diminuir o número de vezes que segue para o trabalho com
o carro próprio. “Todos os dias vou de carro para o trabalho. Agora, com esse
aumento, irei apenas dois dias da semana”, disse.
O motorista Clóvis Carvalho reforça o impacto no
orçamento com a alta do combustível. “Minhas despesas com abastecimento vão
aumentar, em média, de 20% a 25%. É ruim quando se tem o carro como meio de
sustento”, afirma.
Fonte: O Povo