Monitoramento dos
açudes registrou que foi ultrapassada ontem a marca da metade dos açudes do
Estado em volume morto ou secos. Volume médio dos reservatórios é de 8,38% O açude São José III, em Ipaporanga,
entrou no volume morto segundo registrou ontem a Companhia de Gestão de
Recursos Hídricos (Cogerh). Assim, tornou-se o 77º reservatório do Ceará cujos
volumes impedem ou dificultam a retirada de água. O número ultrapassa a metade
dos 153 açudes monitorados. Trinta e oito estão secos — quando a água está em
quantidade mínima e não tem possibilidade de uso. Outros 39 estão em volume
morto — o que acontece quando só com bombas flutuantes é possível captar os
metros cúbicos do que resta de água.
Conforme a última divulgação do Portal Hidrológico,
os açudes de todo o Estado estão com 8,38% da capacidade. Há 130 com volume
inferior a 30%, o que corresponde a 85% de todos os açudes.
Nenhum dos reservatórios está sangrando e apenas o
Caldeirões, com 99,05%, na bacia hidrográfica do Alto Jaguaribe, está com
capacidade superior a 90%. O aporte de chuvas que abasteceram os reservatórios
em 2016 é o pior dos últimos 30 anos. A situação é mais crítica desde que as
bacias passaram a ser monitoradas pela Cogerh, há 23 anos.
Em junho, no primeiro mês depois do fim da quadra
chuvosa, O POVO publicou que eram 47 os açudes secos ou em volume morto, o que
correspondia a um terço dos reservatórios. Quatro meses depois, o número
aumentou 63,8%. E a projeção é de que, até a quadra chuvosa, em fevereiro de
2017, o cenário piore muito.
Nós temos situações diferentes entre as bacias
hidrográficas. A do Litoral (com 32,78% da capacidade) e a de Coreaú (com
32,02%) estão em melhor situação, enquanto a do Curu (com 1,94%) e a do Sertões
de Crateús (com 2,16%) estão muito críticas. A projeção é que até o fim deste
ano cheguemos a 6% na média dos nossos reservatórios”, projeta João Lúcio
Farias de Oliveira, presidente da Cogerh.
A redução de 2,38 pontos percentuais prevista até o
fim do ano representa 442 milhões de metros cúbicos usados para abastecimento
ou perdidos em evaporação.
Orós
Segundo maior açude do Ceará e o
que recebeu maior aporte este ano, o Orós, na bacia do Alto Jaguaribe, atingiu
na semana passada nível inferior a 20% do volume. Com 19,6%, o açude, de acordo
com João Lúcio, ainda deve cair pela metade, chegando a 9,9%, até 31 de
janeiro. O Castanhão, hoje com 5,9%, estará na mesma data com 5,4% da
capacidade.
“Até fevereiro teremos a pré-estação e estamos
contando também que haja alguma recarga e essa projeção pode variar”, aponta.
Sobre o Orós ele afirma que “está dentro da
previsão”. “Nós vínhamos preservando (o açude) para que pudesse usar neste
momento. Ele vinha sendo acompanhado com olhar especial, para ajudar na
perenização do Vale Jaguaribe e reforçar o sistema metropolitano”.
Fonte: O Povo online