Com o objetivo de preservar a vida de jovens, o Instituto Dimicuida
existe desde 2014. A entidade nasceu após o empresário cearense Demétrio
Jereissati perder o filho Dimitri, de 16 anos, com a brincadeira do
desmaio, que vem preocupando pais por todo o Brasil.
O
instituto é o único sobre o tema no país, desenvolvendo pesquisas, estudos e mantendo uma
troca permanente de informações com outras entidades no mundo.
Os jogos de risco são vistos por
crianças e adolescentes como brincadeiras. São jogos que consistem em cortar a passagem de
ar para o cérebro, o que provoca um desmaio. Quem pratica busca uma sensação
alucinatória ou de euforia.
Muitos jovens conhecem a brincadeira
por vídeos na internet. Segundo a psicóloga responsável do Instituto Dimicuida,
Fabiana Vasconcelos, existem cerca de 19 mil vídeos disponíveis. As
brincadeiras podem ser realizadas também por desafios propostos pela internet
ou entre grupos de amigos.
O caso mais recente foi do garoto
Gustavo Riveiros Detter, de 13 anos, que faleceu no dia 16 de
outubro, em um hospital de Santos (SP), depois de um enforcamento. As suspeitas
são de que o menino se asfixiou depois de ser desafiado por colegas por ter
perdido uma partida de um jogo online.
Crianças e jovens de 4 a 20 anos de
idade são mais propícios a praticarem os jogos, independente de raça, religião
ou país. Muitos casos de jovens que morreram por conta dos jogos podem ser
confundidos com práticas suicidas, mas quase nunca atendem a esse perfil.
“A entidade trabalha com quatro tipos de público: profissionais da área
da saúde, educadores, pais e os jovens propícios a praticarem os jogos”,
assegura Fabiana. São desenvolvidas pesquisas e estudos, informações e
experiências, que são trocadas com entidades semelhantes no Brasil e no mundo.
A instituição atua principalmente em
instituições de ensino. Segundo a psicóloga, o maior desafio sobre o tema é a
falta de informação. Então, é realizada uma explicação do que são as
brincadeiras perigosas, quem participa, como se propagam, por que é praticado,
os sinais de um praticante e informações médicas.
“Preparamos o que vai ser trabalhado,
as atividades que vão ser feitas de acordo com a demanda do público que vai ser
atendido”, informa Fabiana.
A profissional esclarece que as
atividades realizadas com os jovens têm que ser feitas com muita cautela. “Com
os jovens nós ressaltamos a importância do cuidado com o corpo e da respiração,
não apresentamos nem falamos das brincadeiras de risco, para não despertar a
curiosidade deles nem para incentivar”, justifica a psicóloga.
Fonte: Tribuna do Ceará