O governo Michel Temer voltou a
indicar que deve deixar o envio da proposta da reforma da Previdência para
depois do primeiro turno das eleições municipais. O ministro da Secretaria de
Governo, Geddel Vieira Lima, voltou a defender a importância de o texto ser
debatido com representantes dos trabalhadores e empregadores antes de mandar o
texto para o Congresso. “Acho que tudo o que for feito para facilitar a
tramitação é bem-vindo”, disse.
Geddel se reuniu com o presidente da
União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, que saiu dizendo que o
ministro vai fazer o “impossível” para convencer Temer da necessidade de adiar
o envio da proposta aos parlamentares para que seja debatida com as
centrais sindicais. “O presidente prometeu que faria uma rodada de conversas
com as centrais. Espero que cumpra a promessa”, afirmou.
O ministro da Casa Civil, Eliseu
Padilha, e o do Planejamento, Dyogo Oliveira, se reuniram nessa segunda-feira,
26, com técnicos das duas Pastas e da Fazenda para fechar os detalhes da
proposta. Está marcada para terça-feira uma nova rodada de discussões.
Presidente da terceira maior central
do País, Patah disse que este não é o momento para o governo apresentar o texto
ao Congresso. “Normalmente, as mudanças estão sempre recaindo nas costas dos
trabalhadores”, criticou. Segundo ele, a promessa de Temer feita a “dez
parlamentares” não pode passar por cima de um compromisso com os trabalhadores.
Prazo
Por pressão da cúpula do PSDB, Temer
acertou no início do mês que proposta seria enviada até o dia 30 deste mês.
Sendo enviada perto da eleição, a proposta teria menor influência política na
campanha, agradando aos parlamentares da base, e faria com que Temer cumpra a
palavra com o PSDB, enviando a proposta ainda neste mês e evitando ser acusado
de “estelionato eleitoral”.
Patah disse ainda que o ministro
Geddel afirmou que o texto da reforma ainda não está pronto, mas com algumas
questões já definidas, como a idade mínima de 65 anos, ponto já defendido
publicamente por Padilha. Segundo ele, a conversa de ontem serviu para que os
sindicalistas mostrassem sua preocupação com o tema.
Fonte: Ceará Agora