O zootecnista que matou os
dois filhos de 3 e 4 anos a facadas e tentou cometer o suicídio escreveu
uma carta "explicando" a motivação do crime, que chocou moradores de
um bairro de classe média, o Jardim Ouro Verde, em São José do Rio Preto (SP),
no domingo (25). No bilhete escrito à mão, ele relata que descobriu traição e
que não suportaria que os filhos vivessem sabendo disso.
A carta escrita
à mão foi encontrada pela polícia no quarto em que ele estava com as crianças.
Hugo Imaizumi tem 41 anos e é doutor em Ciência Animal pela Universidade de São
Paulo (USP). No bilhete, ele expressou decepção e se despediu da mulher, uma
fisioterapeuta, de 39 anos.
Segundo o delegado José Luiz Chain, que atendeu à ocorrência, a mulher
relatou que o casamento já estava praticamente acabado por conflitos e
incompatibilidade. Na carta, o zootecnista se despede de parentes e alega que o
"componente infidelidade" foi a motivação do crime.
"É claro
que ele queria puni-la [a mulher] tirando a vida dos dois filhos e tentando
tirar a própria vida, sem sucesso. Ele está internado e, ao que me consta, sem
risco de morte."
Chain afirma que
Imaizumi está preso em flagrante, sob vigília no Hospital de Base (HB), e assim
que receber alta será encaminhado ao Centro de Detenção Provisória (CDP), onde
responderá por homicídio duplo qualificado. A pena é de 12 a 30 anos de
reclusão. "As crianças não puderam se defender e, conforme análise
técnica, poderá caber ainda motivo fútil. Acima de tudo foi uma barbaridade,
uma tragédia que abala toda a cidade", diz o delegado.
Feridos no pesçoco
Segundo a polícia, a fisioterapeuta acordou no meio da noite e viu que o marido não estava ao seu lado. Ela foi até o quarto dos filhos e percebeu que estava trancado. A polícia informa que ela foi até a janela do quarto e viu as duas crianças e o marido deitados na cama e feridos no pescoço.
Segundo a polícia, a fisioterapeuta acordou no meio da noite e viu que o marido não estava ao seu lado. Ela foi até o quarto dos filhos e percebeu que estava trancado. A polícia informa que ela foi até a janela do quarto e viu as duas crianças e o marido deitados na cama e feridos no pescoço.
Depois de pedir
socorro para os vizinhos, a fisioterapeuta correu para a Unidade de Pronto
Atentimento (UPA), que fica a três quarteirões da casa dela. Vizinha há pelo
menos 10 anos, a dona de casa Maria de Lourdes Vieira diz que está chocada.
"Estava deitada e vi uns clarões e até achei que era assalto, quando abri
a janela a vi aqui na frente gritando que o marido tinha matado os filhos, uns
anjinhos que vinham me chamar no portão. Foi muito chocante, a gente até perde
o sentido na hora, porque a gente não sabe o que faz. Os vizinhos da frente que
a acolheram, porque ele se trancou com os celulares no quarto", diz.
Entenda o caso
De acordo com informações do boletim de ocorrência, por volta das 2h, a mãe das crianças foi até a Unidade de Pronto Atentimento (UPA) do Jardim Tanguará e, desesperada, avisou a um dos guardas municipais que seu marido havia matado os dois filhos a facadas.
De acordo com informações do boletim de ocorrência, por volta das 2h, a mãe das crianças foi até a Unidade de Pronto Atentimento (UPA) do Jardim Tanguará e, desesperada, avisou a um dos guardas municipais que seu marido havia matado os dois filhos a facadas.
Os guardas foram
até a casa com a mulher, onde encontraram o homem deitado na cama com as duas
crianças. Conforme o registro policial, eles tentaram reanimar as crianças até
a chegada do resgate, mas não conseguiram. Os dois irmãos foram mortos pelo pai
com facadas na jugular, segundo a polícia.
Ele teria
tentado cometer o suicídio em seguida e foi encontrado com várias perfurações
no peito e ainda com a faca cravada no pescoço. Apesar de gravemente ferido,
ele foi socorrido com vida ao Hospital de Base de Rio Preto, onde está
internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). As crianças foram
enterradas no domingo (25) à tarde, no cemitério Jardim da Paz, em Rio Preto.
Fonte: G1 Ceará