Os bancos particulares ainda não aderiram à
paralisação, mas não descartam greve. O dia nos postos de autoatendimento dos
bancos públicos é de dificuldades para os clientes
Com a paralisação dos bancários, iniciada na última
terça-feira, 6, começam a aparecer dificuldades no atendimento dos clientes. Na
manhã de ontem, o movimento era maior e os transtornos mais frequentes nos
bancos públicos, onde grande parte das agências já está com as atividades
paralisadas. No
entanto, no corredor bancário da avenida Santos Dumont, na Aldeota, as
instituições privadas ainda estavam todas funcionando normalmente: Itaú,
Bradesco e Santander estavam oferecendo atendimento bancário sem interferência
da greve. Mas, segundo os funcionários, isso pode mudar assim que o Sindicato
dos Bancários do Ceará cobrar que as agências paralisem as atividades.
Nos bancos públicos, a situação é diferente: na
Caixa Econômica e no Banco do Nordeste, clientes denunciam que alguns caixas já
estão sem dinheiro. Os bancários já não estão atuando, mas há alguns
funcionários à disposição próximos aos pontos de autoatendimento, para orientar
clientes.
Ainda assim, os profissionais acabam fazendo falta:
“Vim aqui anteontem para receber meu benefício e não consegui”, conta a
aposentada Maria Morais, que foi até a agência da Santos Dumont do Banco do
Nordeste para resolver o problema. Ontem, indo pela segunda vez desde o início
da greve, conseguiu retirar o auxílio com ajuda de Ivoneide Marques,
recepcionista da instituição.
Ivoneide, a postos próximo aos caixas eletrônicos,
conta que a procura dos clientes tem crescido desde o início da greve. Apesar
do auxílio oferecido aos clientes que estiverem tendo dificuldade, ela conta
que há operações que não podem ser realizadas nos caixas automáticos, como os
depósitos.
No Banco do Brasil, por outro lado, os clientes
reclamaram de falta de profissionais para ajudar os clientes durante a
paralisação. Lotada pelo período da manhã, a sede da instituição localizada na
avenida Santos Dumont acumulava filas numerosas.
“É uma falta de respeito que não tenha ninguém para
atender nem ao menos os idosos”, considera Maria das Graças, comerciante. Ela
conta que foi até a agência resolver pendência de seu cartão de crédito e,
enquanto não consegue, os juros vão se acumulando.
A farmacêutica Lurdes Castro tentava resolver um
problema relacionado ao limite de seu cartão de crédito, mas esperava por um
funcionário sem ter resposta. “Toda greve tem esses transtornos”, diz.
Já Najla Chehab, aposentada, não estava conseguindo
usar o cartão do INSS nas máquinas, que diziam que o cartão estava bloqueado ou
ilegível. Como resultado, Najla era um dos clientes que estavam esperando que
um funcionário do banco aparecesse para lhe atender.
“A greve é de direito, mas acho que ela não devia
penalizar os clientes”, conta. No entanto, ela diz que a situação na agência
ainda é melhor do que na de outra unidade do Banco do Brasil, onde havia tido
dificuldades já depois do início desta paralisação.
Além da falta de suporte por parte do banco,
diversos clientes reclamaram que não há dinheiro nos caixas de autoatendimento,
o que acabou gerando outras complicações, como aumento no tamanho das filas. No
fim da manhã, período que a reportagem esteve no local, apareceu um funcionário
que ajudou alguns clientes a resolverem pendências, mas durante a maior parte
do tempo a agência estava sem atendimento disponível.
Fonte: O Povo online