Com a morte do soldado Davi
Nogueira Moraes, sobe para 21, número de mortes de profissionais da segurança
neste ano no Ceará
Um profissional da segurança pública é morto no
Ceará a cada dez dias. Com a morte do policial militar Samuel Davi Nogueira
Moraes, de 29 anos, sobe para 21 o número de agentes vítimas da violência. O
soldado Davi foi morto a tiros na frente do filho de cinco anos durante uma
tentativa de roubo, na Parangaba. De acordo com a Associação dos Profissionais
de Segurança (APS), neste ano, foram mortos 18 policiais militares, um policial
civil e dois agentes penitenciários.
De acordo com a nota da Secretaria da Segurança
Pública e Defesa Social (SSPDS), o policial estava de folga e foi baleado
durante o assalto. Ele teve o carro e a arma roubados. Davi foi socorrido ao
Frotinha da Parangaba, onde passou por cirurgia, mas não resistiu aos
ferimentos. A SSPDS divulgou nota lamentando o caso. “A SSPDS lamenta a perda
de um integrante das forças de segurança, ao passo que se solidariza com os
familiares e amigos”, divulgou.
Manifestação
Antes mesmo do crime que vitimou
Davi, estava marcada para ontem uma caminhada em defesa da segurança pública do
Ceará. O ato começou na Praça Luíza Távora e teve uma parada no Palácio da
Abolição. A Associação das Esposas dos Policiais do Estado do Ceará, Associação
dos Profissionais de Segurança (APS), Associação de Cabos e Soldados, o grupo
de esposas Juntas Somos Fortes, assim como o Movimento Endireita Fortaleza,
participaram da manifestação.
Foram encomendados 35 caixões que representavam os
profissionais de segurança mortos em dois anos. Cada caixão trazia a foto de um
agente e era carregado por familiares e amigos. Durante a caminhada, tocava o
hino da Polícia Militar. Estiveram presentes políticos como o deputado federal
cabo Sabino e candidatos a vereadores, como o sargento Reginauro e o soldado
Noélio, da APS.
Completando seis meses da morte do soldado Augusto Herbert Félix, a viúva do
PM, Jéssica Félix, participou do protesto e se emocionou pedindo respeito à
vida dos policiais. “É muito triste a gente vendo esse monte de caixões. O
apoio que a gente recebe é do Raio. Fora isso, não temos apoio nem ajuda para
enfrentar os problemas psicológicos”, afirmou.
De acordo com o presidente interino da APS, Rafael Lima, os profissionais da
segurança pública se tornaram o principal alvo dos criminosos. “Fazemos o nosso
trabalho e não é à toa que estamos sofrendo represálias. Dentro do sistema
penitenciário, várias armas são apreendidas. Enquanto as instituições
estabelecem uma média de um agente para cinco presos, estamos com um agente
para 280”.
Fonte: O Povo