Foram 19 pódios para o Brasil nos
Jogos Olímpicos, um recorde na história do país. Mas o número de medalhas não
foi o necessário para se chegar à meta estabelecida pelo governo e pelo Comitê
Olímpico do Brasil, de ficar entre os 10 primeiros países no ranking de total
de medalhas.
Em 2012, quando foi estabelecido pelo
governo o Plano Brasil Medalhas, a meta era investimento de R$ 1 bilhão de
recursos públicos em bolsas para atletas, investimento em equipes técnicas e
participação em torneios internacionais e também na construção de centros de
treinamentos.
O Brasil terminou os Jogos do Rio em
13º no ranking com total de medalhas. Com sete ouros, o país bateu o recorde de
Atenas 2004, quando foram conquistadas cinco medalhas. Ainda superou o número
de medalhas de prata, com seis conquistas.
Incentivos aos atletas
Nos Jogos do Rio 2016, 358 dos 465 dos
atletas brasileiros (77%) receberam apoios diretos do governo com o Bolsa
Atleta. Para os esportistas, foram estabelecidas quatro tipo de bolsas:
nacional (R$ 925 mensais), internacional (R$ 1.850), olímpica (R$ 3.100) e
pódio (R$ 5 mil a R$ 15 mil). Cada bolsa é definida de acordo com os resultados
dos atletas. Em 2016, está previsto o gasto de R$ 80 milhões para este
benefício.
Além deste incentivo, 145 atletas que
estiveram nos Jogos também eram apoiados pelo Programa Atletas de Alto
Rendimento das Forças Armadas, que incorporou esportistas em destaques como 3º
sargento temporário nas três forças, com soldo de R$ 3.200 reais. Esses atletas
conquistaram 14 medalhas na Rio 2016. Em 2016, o programa tem previsão
orçamentária de R$ 43 milhões.
Confira os investimentos públicos nos
medalhistas brasileiros da Rio 2016 e nos seus respectivos esportes:
Canoagem de velocidade
A grande surpresa dos Jogos foi o
canoísta de velocidade Isaquias Querioz com três medalhas (duas pratas e um
bronze). Isaquias recebeu Bolsa Atleta durante todo o ciclo olímpico, não sendo
atleta militar. Erlon Silva, companheiro de prata de Isaquias na C2 de 1000
metros, também recebeu a Bolsa Atleta durante os últimos cinco anos. Segundo o
Ministério do Esporte, a a Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa) recebeu
R$ 2,1 milhões para estruturação de centros de treinamento pelo país, além de
mais de R$ 6 milhões em bolsas para atletas da modalidade.
Judô
O esporte que mais medalhas trouxe ao
país, o judô também foi apoiado ao longo do ciclo olímpico com mais de R$ 50
milhões em convênios com Ministério do Esporte. Todos os atletas da equipe que
disputou os jogos ainda são apoiados pelas Forças Armadas, os homens pelo
Exército e as mulheres pela Marinha. Rafaela Silva, medalha de ouro no Rio
2016, Mayra Aguiar e Rafael Silva, medalhas de bronze, receberam a Bolsa Atleta
pódio durante todo o ciclo olímpico.
Ginástica Artística
A ginástica artística também trouxe
três medalhas para o país. Diego Hypolito, prata no solo, também recebeu a
Bolsa Atleta durante o ciclo olímpico. Arthur Zanetti, prata nas argolas, e
Arthur Nory, bronze no solo, receberam o apoio de bolsa durante quase todo o
ciclo, com exceção de 2013. Do total de recursos repassados pelo Ministério do
Esporte, a Confederação de Ginástica, federações, clubes e atletas receberam
cerca de R$ 29 milhões.
Atletismo
O atletismo foi um dos esporte que
mais recursos recebeu do governo federal nos últimos anos. Só com criação e
reformas de pistas oficiais foram investidos R$ 300 milhões. Além de mais de R$
50 milhões em convênios para a manutenção de centros nacionais de atletismo, R$
28 milhões foram para bolsas para atletas entre 2012 e 2015. Thiago Braz, ouro
no salto com vara, além do apoio da Aeronáutica, recebeu o Bolsa Atleta durante
todo o ciclo olímpico, com exceção de 2013.
Boxe
O boxe acabou sendo uma das categorias
que menos recebeu recursos federais. Desde 2010, o esporte recebeu menos de R$
1 milhão. Mas os atletas acabaram amparados pelo Bolsa Atleta, com R$ 9 milhões
em bolsas. Robson Conceição, ouro na categoria até 60 kg, também é terceiro
sargento da Marinha e recebeu apoio da bolsa em todo ciclo olímpico.
Vela
A dupla Kahena Kunze e Martine Grael,
ouro na classe 49er FX da vela, terceiras sargentas da Marinha, receberam apoio
durante quatro anos do último ciclo olímpico. A vela, segundo esporte que mais
conquistou medalhas para o Brasil, recebeu investimento do Ministério dos
Esporte apenas em bolsas para mais de 600 atletas, somando R$ 13 milhões.
Vôlei de quadra e de praia
O vôlei é um dos principais esportes
do país, trazendo na história 23 medalhas olímpicas nas modalidades de quadra e
de praia. Desde 2010, diversos convênios entre Ministério do Esporte e a
Confederação Brasileira de Vôlei permitiram a estruturação da modalidade no
país, com investimentos de R$ 48 milhões. Em bolsas atletas, foram
desembolsados R$ 8 milhões para duplas de praia e R$15,5 milhões para os
jogadores de quadra.
As duplas Alison e Bruno – ouro na
praia – e Agatha e Bárbara – prata no feminino – além de sargentos da Marinha,
recebem o bolsa atleta desde 2013. Dos 12 integrantes da equipe masculina que
conquistou o ouro no vôlei de quadra, dez receberam apoio da bolsa atleta em
algum momento do ciclo olímpico.
Tiro Esportivo
O primeiro medalhista brasileiro nos
Jogos do Rio, o atirador Felipe Wu é sargento do Exército e apoiado pela bolsa
atleta desde 2012. Cerca de R$ 9 milhões foram executados em convênios para o
desenvolvimento da modalidade no país. Além do aporte de mais de R$ 13 milhões
em bolsas atletas durante o período olímpico.
Maratonas Aquáticas
Poliana Okimoto, bronze na Rio 2016, é
terceira sargenta do Exército e também apoiada pela Bolsa Atleta desde 2012.
Para os atletas da maratona aquática, foram desembolsados mais de R$ 2 milhões.
Não há especificações para convênios diretamente para a modalidade, o
ministério informou que Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA)
recebeu, desde 2010, mais de R$ 15 milhões para investimentos na natação,
maratonas aquáticas, nado sincronizado, saltos ornamentais e polo aquático.
Taekwondo
A Confederação Brasileira de Taekwondo
recebeu em convênio com Ministério do Esporte R$ 3 milhões. Com o Bolsa Atleta,
o aporte na modalidade foi de R$ 11,6 milhões. Maicon Andrade, bronze na
categoria acima de 80 kg, recebe o benefício desde 2014, sendo ainda terceiro
sargento da Aeronáutica.
Futebol
A seleção masculina ganhou pela
primeira vez o ouro olímpico. O esporte que na categoria masculina é o mais
profissional no país, ao contrário do feminino, que mesmo sofrendo do
amadorismo, chegou em quarto lugar na Rio 2016. Somente a modalidade feminina
recebe apoio do governo federal, recebendo recursos de patrocínio de estatais e
de leis de incentivo ao esporte, além de R$ 9 milhões em bolsas atletas.
Fonte: Ceará Agora