As forças políticas do Ceará precisam se mexer para
defender os interesses do Estado. Vale o exemplo da Petrobras. O projeto da
Refinaria Premium II foi abortado pela empresa, mas a Agência Nacional de
Petróleo (ANP) tem reiterado a necessidade de aumento da produção no País para
afastar o risco de colapso no abastecimento em 2030.
A previsão da ANP é de um déficit de 1,2 milhão de
barris por dia. Para ter autossuficiência, a direção da instituição já declarou
que seria necessário construir o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro
(Comperj), a refinaria Premium I, no Maranhão, e outra no Triângulo Mineiro. A
retomada desses projetos pode ocorrer em 2017.
Na visão de funcionários da Petrobras, está havendo
uma clara transferência do projeto da Premium II, que representou um grande
investimento do Estado, para Minas Gerais. A ideia de uma refinaria no
Triângulo Mineiro é defendida pela ANP com a alegação de que estaria mais
próxima dos centros consumidores, mas existe uma contestação técnica: “O ideal
não seria Minas, pois a refinaria deve ficar próxima a um porto”, acrescenta o
presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras do Nordeste Setentrional,
Ricardo Pinheiro.
ENERGIA 1
RETROCESSO NA ÁREA DE PETRÓLEO
Há um temor sobre o aumento da concentração na
distribuição e produção de energia no País. “Está ocorrendo um retrocesso. Tem
que haver uma melhor distribuição”, alerta Ricardo Pinheiro.
Ontem, o presidente da Petrobras, Pedro Parente,
esteve em Fortaleza para comemorar os 50 anos da Lubnor, que ocorreu no final
de junho, e anunciar desinvestimentos no Estado. Ele falou sobre a revisão dos
planos da empresa. Em seguida viajou para Sergipe, mas essas perguntas
continuam bertas.
ENERGIA 2
CONCENTRAÇÃO DA PRODUÇÃO
Estudo de logística e energia realizado pelo IBGE
em 2015 já mostrava os desafios nacionais para a superação das desigualdades e
para atender a demanda energética em um país continental. O documento falava da
concentração excessiva da produção nas regiões Sudeste, Sul e parte do
Centro-Oeste. O Rio de Janeiro, por exemplo, é responsável por quase 70% de
toda a produção de petróleo (68,4%) e por 34,8% da produção de gás natural.
Ou seja, com o processo de desinvestimento no Nordeste,
a tendência é piorar esta situação.
IMPORTAÇÃO
EFEITOS DO DÓLAR EM SETEMBRO
O dólar acumula queda de 17,30% em 2016, mesmo com
a sua valorização ontem e na última sexta-feira. Eis o efeito: a melhora nas
encomendas dos importadores. O consultor Paulo Elias, diretor-comercial da
Ghia, fala que os consumidores devem sentir esse impacto em setembro ou
outubro, com a chegada das compras feitas agora.
Ele explica que o varejo reage mais rápido e pode
haver reflexos do câmbio nas cestas de produtos para o Natal. Com relação à
indústria, ocorre melhora na compra de peças de reposição de máquinas.
Um dólar de equilíbrio para atender exportadores e
importadores, segundo Paulo Elias, deveria girar em torno de R$ 3,40.
INOVAÇÃO
CRIAÇÃO DE REDES COLABORATIVAS
As entidades regionais estão mais preocupadas com a
criação redes colaborativas. O Banco do Nordeste lançou o Hub da Inovação e a
Federação das Indústrias do Ceará promove na sexta-feira o Fórum de Redes
Colaborativas e Ecossistemas de Empreendedorismo, Sustentabilidade e Inovação.
O evento pretende apresentar experiências e debater modelos de arranjos
organizacionais para o fortalecimento do ambiente de negócios local.
AÇO CEARENSE
MAIS UMA VEZ ENTRE AS MAIORES
O Grupo Aço Cearense está mais uma vez entre os 200
maiores do País. Mesmo com o mercado recessivo, avançou sua participação em
2015 e ficou na 179ª posição na lista dos grandes grupos nacionais. O
levantamento é da revista Exame. Vale ressaltar que o Grupo faturou em 2015 um
total de R$ 2,5 bilhões.
PUBLICITÁRIOS
ENCONTRO NACIONAL
A reunião nacional da Associação Brasileira de
Agências de Publicidade (Abap) será realizada na próxima sexta-feira, em
Fortaleza. Os publicitários irão discutir as perspectivas para a economia; a
tecnologia aplicada às eleições; a produtividade digital; o futuro do mercado
publicitário; e os impactos da Lei de Responsabilidade das Estatais.
Somos o que fazemos, mas somos, principalmente, o
que fazemos para mudar o que somos.”
Eduardo Galeano (1940-2015), escritor uruguaio
Fonte:
O Povo