A Câmara dos
Deputados elegeu, no início da madrugada de hoje, o novo presidente pelos
próximos sete meses. Rodrigo Maia (DEM-RJ), da base de sustentação de Michel
Temer (PMDB), se elegeu com o apoio de 285 deputados contra 170 do candidato do
“centrão”, Rogério Rosso (PSD-DF), no segundo turno da votação. Evitando confronto direto com os
partidos de influência do ex-presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e que também
representam a base, o PMDB lançou Fábio Ramalho (MG) e Marcelo Castro (PI) no
primeiro turno, concentrando seus votos nas duas candidaturas. Se comprometer
com um dos dois nomes poderia, por parte do Palácio do Planalto, criar
problemas com aliados.
Na disputa do segundo turno, o partido do governo
manteve discrição ao liberar a bancada. Nos bastidores, porém, a preferência da
maioria de peemedebistas era por Maia, por ele ser menos “imprevisível” no
comando da Casa em relação a um nome do “centrão”, de influência direta de
Eduardo Cunha.
Com discurso anti-Cunha, o deputado dos Democratas
acabou ganhando apoio do PC do B, PDT e PR no segundo turno, abrindo larga
vantagem contra Rosso na contagem final dos votos. O PT, que antes defendia
acordo com o parlamentar, liberou a bancada.
Ao plenário, o presidente eleito criticou a
condução da Casa nos últimos meses. “A prioridade hoje não é o plenário, a
prioridade hoje são os interesses pessoais de dois ou três parlamentares”,
disse.
O deputado prometeu diálogo com todas as forças da
Casa legislativa. “Fui muito criticado no início porque dialogava com a
esquerda. Essa Casa precisa de diálogo. Ninguém precisa ter um espaço maior que
sua representação”.
Para o cientista político da Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ), Paulo Baía, a eleição de Rodrigo Maia é um “paraíso”
para a gestão interina do governo provisório de Michel Temer.
Aliado do governo, o presidente recém-eleito para o
mandato tampão, segundo ele, não deve trazer problemas para o peemedebista,
como atrasar votações ou deixar de pautar matérias de interesse do governo.
No entanto, ainda
de acordo com o pesquisador, o cenário menos favorável para o Palácio do
Planalto seria a eleição de Castro, pela proximidade com o Partido dos
Trabalhadores - atualmente na oposição.
Pós-eleição
Entre as primeiras responsabilidades no comando da Casa, estão as pautas sobre as medidas fiscais de interesse do Planalto, além da conturbada cassação do ex-presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Entre as primeiras responsabilidades no comando da Casa, estão as pautas sobre as medidas fiscais de interesse do Planalto, além da conturbada cassação do ex-presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
NÚMEROS
285votos elegeram
o próximo presidente da Câmara pelos próximos sete meses
170
deputados
votaram no candidato do “centrão” para a sucessão de Cunha
deputados
votaram no candidato do “centrão” para a sucessão de Cunha
Saiba mais
Em reportagem da
revista Época de junho deste ano, o presidente eleito, Rodrigo Maia (DEM-RJ),
aparece em mensagens de celular trocadas com Léo Pinheiro, sócio da empreiteira
OAS - empresa envolvida em denúncias de corrupção na Petrobras.
Como não houve doação oficial da empreiteira, a PGR acredita em possível caixa dois na campanha de 2014.
Como não houve doação oficial da empreiteira, a PGR acredita em possível caixa dois na campanha de 2014.
Primeira votação
Rodrigo Maia
(DEM-RJ),
120 votos
120 votos
Rogério
Rosso (PSD-DF) ,
106 votos
106 votos
Marcelo Castro
(PMDB-PI) ,
70 votos
70 votos
Giacobo (PR-PR),
59 votos
59 votos
Esperidião
Amin (PP-SC),
36 votos
36 votos
Luiza Erundina
(Psol-SP),
22 votos
22 votos
Fábio Ramalho
(PMDB-MG),
18 votos
18 votos
Orlando
Silva (PCdoB-SP),
16 votos
16 votos
Cristiane
Brasil (PTB-RJ),
13 votos
13 votos
Carlos Henrique
Gaguim (PTN-TO),
13 votos
13 votos
Carlos
Manato (SD-ES),
10 votos
10 votos
Miro Teixeira
(Rede-RJ),
6 votos
6 votos
Evair Melo
(PV-ES),
5 votos
5 votos
A votação iniciou por volta das 18 horas de ontem e
encerrou depois da meia-noite. Pelo menos 468 deputados votaram
Fonte: O Povo online