O Conselho Penitenciário estadual do Ceará e o governador
Camilo Santana foram pegos de surpreso com a saída da Força Nacional dos
presidiários cearenses. Em entrevista à Rádio Tribuna BandNews FM, o
vice-presidente do Conselho, Cláudio Justa, afirmou que isso pode gerar um
impacto na segurança pública de Fortaleza.
“Realmente
isso nos causou surpresa, a consequência dessa saída da Força Nacional que
fazia justamente a segurança externa dos presídios é o impacto na segurança
pública, porque o governo terá que deslocar efetivo para fazer essa segurança
nos perímetros nos presídios, o que pode causar impacto na segurança da
capital, por exemplo”, explicou Cláudio Justa.
De acordo com
o Ministério da Justiça, a retirada da tropa do Ceará deve-se a necessidade de
reforçar a segurança nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. No entanto, no
mesmo dia que a tropa deixou o Estado, uma portaria do Ministério da Justiça
prorrogou por mais 15 dias a presença da Força Nacional no Mato Grosso do Sul,
onde há conflitos entre indígenas e fazendeiros.
Cláudio Justa diz que não se pode considerar a possibilidade da retirada
da tropa do Ceará ter sido uma decisão política. “Não pode esquecer que essa
decisão mantém a força em um Estado e se retira em outro quando a necessidade
deste que foi retirado é maior do que o que é mantido. Realmente nós temos uma
configuração de uma decisão política, e sem dúvida não podemos esquecer dessa
situação conjuntural de que o governo é oposição ao governo federal”, acredita.
Para o
vice-presidente do Conselho Penitenciário, se a crise no Sistema Penitenciário
se agravar, o Estado pode declarar estado de emergência. “O que se pensa no
caso é que, se a situação se agrava, o próprio governador vai declarar estado
de emergência, com a presença do Exército, que é solução última”,
finalizou.
Fonte: Tribuna do Ceará