Às vésperas do início dos Jogos Olímpicos
do Rio-2016, em agosto, integrantes do Sistema Brasileiro
de Inteligência (Sisbin) receberam informações de que brasileiros radicados no
País estão mantendo contato com integrantes do Estado Islâmico.
A localização, identificação e
monitoramento destas pessoas é a maior prioridade de órgãos como a Agencia
Brasileira de Inteligência (Abin).
Na busca por informações sobre
brasileiros que tenham entrado em contato com grupos terroristas muçulmanos, os
agentes do (Sisbin) procuraram a polícia federal alemã (BKA).
Queriam informações sobre os 22 mil
nomes de integrantes do EI entregues aos alemães por um informante em abril. Na
lista, porém, não havia brasileiros.
Os agentes mantêm sob vigilância
integrantes de comunidades salafistas e wahabitas no País, que se aglutinam em
torno de mesquitas e mussalas - espaços usados para as orações diárias dos
muçulmanos.
Para esse serviço, órgãos como a Abin
redirecionaram pessoal para realizar a tarefa, principalmente, durante os Jogos
Olímpicos.
Outra prioridade dos agentes do sistema
é identificar os possíveis brasileiros envolvidos no recente anúncio feito por
meio de um canal no Telegram sobre a criação do grupo autodenominado Ansar
al-Khilafah, que declarou no último dia 18 lealdade ao Estado Islâmico no
Brasil.
O grupo publicou um texto em árabe com o
símbolo do EI sobre o mapa do País. A imensa maioria dos informes colecionados
pelos agentes é resultado do trabalho de campo feito no Brasil.
Outra fonte de preocupação para os
agentes do sistema são os filhos de brasileiros residentes na Europa que tenham
sido atraídos pelos radicais islâmicos como Brian de Mulder, conhecido como Abu
Qassem Brazili, que se integrou ao EI na Bélgica e foi lutar na Síria, onde
teria sido morto em 2015.
Em seu trabalho, os agentes não
conseguiram "verificar de forma independente" a existência de pessoas
que seriam possíveis alvos do EI ou de outros grupos no País.
Os contatos com os serviços estrangeiros
são mantidos pela Coordenação de Relações Institucionais, da Abin. Mas pelo
menos um destes serviços - a Direction Générale de la Sécurité Extérieure
(DGSE), da França - estaria, às vésperas dos Jogos, sem oficial próprio de
ligação no Brasil.
Fonte:
Exame