A veterinária cearense Karine Paiva está sendo processada pelo Conselho
Regional de Medicina Veterinária por não ter realizado o procedimento de
sacrifício da cadela que estava com leishmaniose. O caso ganhou grande
repercussão nesta terça-feira (28), após uma publicação nas redes sociais da
ativista Luisa Mell, conhecida nacionalmente.
“Amigos, a dra
Karine Paiva realiza um importante trabalho em Fortaleza, onde realiza mutirões
de castração a preços populares. Além de ter sua própria clinica, é uma
veterinária que ajuda a proteção animal. Ama e luta pelos animais. Deveria
receber prêmios e aplausos por isso. Mas o Conselho de medicina veterinária
acha o contrário”, afirmou em sua rede social.
A médica
veterinária é conhecida em Fortaleza pelo trabalho que realiza há 6 anos. Ela
faz tratamento em animais, como castração, a preços mais populares e também faz
parte de ONG’s que defendem animais. Segundo a médica, o processo está em
andamento de um caso que aconteceu em 2014, no município de Beberibe.
“Eu recebi
realmente o processo e a audiência está programada para o próximo mês. Estou
com minha consciência tranquila e também muito agradecida pelo apoio que estou
recebendo”, explicou.
Porém, a
veterinária discorda do posicionamento do Conselho. “Meu questionamento é que
existem vários animais com calazar, outras doenças, e não são sacrificados por
outros veterinários, e esses não são notificados”, argumenta Karine Paiva. A
leishmaniose chegando ao homem é dado o nome de calazar.
Já para o Conselho Regional de Medicina Veterinário do Estado do Ceará,
a notificação de não tratar animais com a zoonose vem do Ministério da Saúde e
o órgão estadual deve cumprir. “Os conselhos regionais cumprem as ordens da
ordem federal. Apenas um caso em Mato Grosso do Sul, quando um juiz concedeu
uma liminar e liberou o tratamento de um animal com a doença. No nosso Conselho
não é permitido”, afirma o presidente do órgão, Célio Pires Garcia.
A médica
Karine Paiva será julgada no próximo mês e pode ser penalizada de forma mais
branda, com apenas uma notificação ou até mesmo de forma mais radical, com a
cassação do diploma.
Fonte: Tribuna do Ceará