Os agentes da Autarquia Municipal de Trânsito e
Cidadania (AMC) fizeram blitz novamente em frente ao quartel do Exército, um
dia após uma servidora do órgão ter sido detida por desacato à autoridade. A
blitz foi realizada na noite de quinta-feira (2), na Rua Marechal Bittencurt,
no Bairro Dias Macedo, em Fortaleza.
A
discussão teria ocorrido entre os agentes e os militares, na noite de
quarta-feira (1º), quando a mulher desobedeceu a ordem dos oficiais. Os
militares solicitaram que a blitz, que estava em frente ao quartel, fosse
desmontada. Conforme os oficiais, o local seria uma área militar, e os agentes não poderiam
realizar a ação a menos de 33 metros de distância. A servidora,
que não teve a identidade revelada, ficou detida por cerca de 40 minutos na
parte interna do quartel.
Mesmo
depois do caso, uma nova blitz foi realizada na quinta-feira. Agentes da AMC
fizeram abordagens a motoristas de automóveis e motocicletas, em frente ao 10º
Depósito de Suprimentos do Exército Brasileiro. Não houve registro de discussão
no local.
Paralisação
Durante
a quinta-feira, os agentes da AMC paralisaram as atividades por cerca de duas
horas, na sede do órgão. O protesto foi uma forma de cobrança de providências
por parte da Autarquia em relação à forma como a agente teria sido tratada
pelos militares. Responsáveis pelo órgão se reuniram com o comando da 10ª
Região Militar e, após o encontro, os agentes voltaram ao trabalho. A
expectativa, segundo os servidores, é que o caso seja apurado com rigor.
AMC e 10ª Região Militar
Em
nota, a AMC informou que a agente “exercia seu trabalho corretamente,
cumprindo a missão de garantir um ir e vir mais seguro à população”. Ainda
segundo a Autarquia, que a operação fazia parte de ação contínua com objetivo
de aumentar a segurança pública e reduzir os acidentes de trânsito.
“Nos primeiros quatro meses deste ano, mais de 1.500
motocicletas foram apreendidas por trafegar irregularmente na cidade.
Ressalta-se ainda que esta não é a primeira vez que a fiscalização acontece no
referido local”. O órgão disse que “está buscando, junto ao Exército
Brasileiro, um entendimento pacífico para manter a parceria entre os dois
setores”.
Em
resposta, a assessoria da 10ª Região Militar afirmou que será instaurada
sindicância, a ser concluída em 30 dias, para apurar o caso. O procedimento
deve esclarecer se a fiscalização desrespeitou algum tipo de legislação. Os
responsáveis pela segurança teriam
tentado intervir na blitz a fim de desobstruir a entrada e saída de veículos.
De acordo com a 10ª Região Militar, teria havido falta de comunicação entre a
AMC e o Exército para a realização da operação.
Com informações do repórter Abraão Ramos, da TV Jangadeiro/SBT.
Fonte: Tribuna do Ceará