sábado, 23 de abril de 2016

Sistema político brasileiro está em colapso, diz Ciro Gomes

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   O ex-ministro da Fazenda e ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, disse nesta sexta-feira, 22, no evento Brazil Conference, promovido pela Universidade Harvard e o Massachusetts Institute of Technology (MIT), que o sistema político brasileiro está em colapso. Segundo ele, o êxito civilizatório de uma nação depende da obra política, que coordena o desenvolvimento, mas no Brasil hoje existe um vácuo de poder.
   “Esse vácuo é substituído por interesses pessoais, um movimento de ascensão pentecostal e ladroeira. Eduardo Cunha não virou presidente da Câmara – sendo o bandido que é – por acaso. Ele comprou 250 deputados”, comentou Ciro. Ele também criticou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que em 1998 abandonou uma agenda de reformas estruturantes em troca da mudança na Constituição para autorizar sua reeleição.
   Sobre o vice-presidente Michel Temer, Ciro afirmou que o mesmo estaria “absoluta e indissociavelmente” ligado a Eduardo Cunha. “Nesta altura, o Temer está calculando como se livrar deste trambolho. E não tem a menor autonomia para se livrar, porque se o Cunha um dia for preso – e eu acho que ele vai-, será a maior delação premiada da história da humanidade, leva o Michel Temer e mais 250 deputados”, criticou.
   Segundo Ciro, por detrás do êxito civilizatório de uma nação existem três elementos: alto nível de formação bruta de capital, “que é consequência de arranjos institucionais que a política faz”; coordenação estratégica entre governos empoderados, empreendedores em consenso com essa visão e universidades comprometidas a construir respostas; e investimento em formação de pessoal.
    O ex-governador comentou que a recente melhora na balança comercial do Brasil ocorre apenas em função da recessão, mas o problema nas contas externas é estrutural. “Nosso déficit na balança comercial de manufaturados já está em US$ 110 bilhões. A gente foi adiando o confronto desse problema, atenuando a percepção da catástrofe, em função de um ciclo positivo de preços de commodities”, explicou.
   Segundo ele, hoje esse superciclo das commodities acabou e isso afeta a economia brasileira, independentemente de quem seja o presidente. “Hoje, a produção do pré-sal custa US$ 41 o barril e nós estamos vendendo a US$ 30. Isso é real, não adianta dizer que é culpa de Dilma, de Lula”, comentou.
Com Estadão.


Fonte: Ceará Agora
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