Em
depoimento ao juiz Sergio Moro na Lava Jato, delator afirma que dinheiro foi
repassado ao senador pelo lobista Jorge Luz por contrato de navio-sonda da
Petrobras
Em
seu primeiro depoimento ao juiz federal Sergio Moro como delator na Lava Jato,
o ex-diretor Internacional da Petrobras Nestor Cerveró disse nesta segunda-feira
que o presidente do Senado Renan Calheiros recebeu propina de 6 milhões de
dólares do lobista Jorge Luz, apontado como um dos operadores do petrolão.
Segundo Cerveró, o dinheiro seria referente a um contrato de afretamento do
navio-sonda Petrobras 10.000.
"(Jorge
Luz) foi o operador que pagou os 6 milhões de dólares da propina da sonda
Petrobras 10.000, foi o encarregado de pagar ao senador Renan Calheiros",
disse o delator ao ser questionado pela defesa de Salim Schahin sobre a atuação
de Jorge Luz em relação às propinas recebidas por Cerveró. A propina teria sido
repassada na época da contratação do navio-sonda, em 2006.
Neste
momento da audiência, que envolveu acusações ainda sob investigação contra uma
autoridade com prerrogativa de foro, Moro interrompeu Cerveró e pediu para o
delator comentar apenas o que tinha pertinência com a ação penal na qual ele
depôs nesta tarde. O ex-diretor falou na ação em que é acusado de favorecer a
Schahin na contratação para a operação de um navio-sonda da Petrobras como uma
forma de quitar a dívida do partido com o banco Schahin.
Por
meio de sua assessoria de imprensa, o presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), negou as acusações. Renan "reafirma que já prestou as
declarações necessárias, mas está à disposição para quaisquer novos
esclarecimentos".
(Com
Estadão Conteúdo)