O deputado federal Adail Carneiro, ao fechar voto
contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff, teria ganho, como
recompensa, a Presidência da Executiva Regional do PP no Ceará. Adail, que até
a última sexta-feira, estava como assessor especial do Governo do Estado,
reassumiu o mandato na Câmara Federal para votar pela permanência de Dilma Rousseff
na Presidência da República.
A mudança de voto contrariou a própria Dilma e
pegou de surpresa o Governador Camilo Santana (PT) e o ex-governador Cid Gomes
(PDT). Ambos articularam a volta de Adail a Brasília e o levaram a um encontro
com a presidente no Palácio do Planalto.
A surpresa com o voto de Adail foi tamanha que,
segundo o Jornal O Estado de São Paulo, edição desta segunda-feira, Dilma
reagiu com um semblante de perplexidade. “Ué, esse cara não passou a tarde toda
aqui com a gente e foi lá e votou contra?”, queixou-se, “perplexa”, a
presidente Dilma, segundo aliados. Adail foi eleito, em 2014, pelo PSL, para o
primeiro mandato na Câmara Federal e, durante a janela partidária, se
transferiu para o PP.
O Partido Progressista (PP) tem sido objeto de
desejo no Ceará. A sigla ficou perto das mãos do deputado federal Vitor Valim,
mas acabou, em uma articulação entre o comando nacional da sigla e aliados do
governador Camilo Santana, sob o comando do suplente de deputado federal Paulo
Henrique Lustosa.
Uma das exigências para o PP permanecer aliado ao
Governo do Estado era a garantia para o partido no Ceará ter um representante
em Brasília. Foi, assim, que houve nova articulação para o deputado federal
Adail Carneiro, do PHS, pedir licença da Câmara Federal, assumir um cargo na
administração estadual e abrir a vaga para o suplente Paulo Henrique Lustosa.
Os dois partidos – PP e PHS, estavam coligados nas
eleições de 2014. Com a entrada de Paulo Henrique, o PP ficou na base
partidária de Camilo e dos irmãos Cid e Ciro Gomes. Em menos de dois meses, o
PP engordou na Assembleia Legislativa e ganhou outro deputado federal – Macedo,
eleito pelo PSL.
Fonte: Ceará Agora