A moeda norte-americana caiu 2,83% influenciada
pela perspectiva de impeachment da presidente Dilma Rousseff
Aposta no impeachment da presidente Dilma Rousseff
leva dólar ao menor patamar desde 20 de agosto do ano passado. Ontem, a moeda
norte-americana caiu 2,83%, fechando a R$ 3,49, mesmo após atuações do Banco
Central (leilões) para sustentar as cotações. A tendência é que o sobe e desce
do câmbio continue alimentado por notícias contra a favor do impedimento e do
ex-presidente Luís Inácio da Silva, até a definição do quadro político.
O BC realizou leilões de contratos de swap reverso
(venda futura de dólar) mas só no terceiro, às 16h20min, vendeu todos os
contratos. Isso impediu a forte queda. A divisa acumula baixa de 11,48% em
2016. O euro também teve forte queda. A moeda europeia caiu R$ 0,108 e fechou o
dia vendido a R$ 3,987, abaixo de R$ 4 pela primeira vez desde 25 de novembro
de 2015.
O economista e consultor Henrique Marinho explica
que a incerteza é um componente de muito peso. “Na atual conjuntura política,
sua volatilidade é influenciada pela interpretação de que o processo de
impeachment está para ser decidido e, desta forma, muitas incertezas
diminuirão”, comenta, acrescentando que após esse processo o mercado se
posicionará novamente e o câmbio será resultado de uma solução que agrada ou
não ao mercado.
A professora da Pontifícia Universidade Católica de
São Paulo (PUC-SP) e da ESPM, Cristina Helena Pinto de Mello, a volatilidade
vai continuar até a definição política. Lembra que na primeira eleição do Lula
foi assim: a cada notícia de que ele poderia ser eleito o dólar disparava.
“Agora, a cada notícia que sugere alternância de poder, a taxa de cambio cai”.
Para ela, o BC poderia deixar o dólar cair porque ajuda no controle da
inflação. Mas, lembra que trata-se de um controle efêmero e não colabora para o
equilíbrio das contas externas.
Fonte: O Povo













