domingo, 6 de março de 2016

Ordem era para conduzir Lula à força até Curitiba.

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O dia seguinte à ruidosa ordem de condução do ex-presidente Lula ao aeroporto, para prestar esclarecimentos, suscita muitas dúvidas e mostra a incapacidade da imprensa brasileira em entender o que se passou realmente e em fazer os questionamentos que têm que ser feitos. A principal dúvida é por que o depoimento foi tomado no aeroporto e não numa delegacia, fórum ou outro local qualquer? Ao se levar Lula para o aeroporto, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, por meio da chamada “força-tarefa da lava-jato”, deram uma nova função a este espaço destinado exclusivamente aos viajantes. Agora, todo mundo sabe que no Brasil aeroporto é local de chegada e partida de aviões e, também, de interrogatórios policiais.
A nova modalidade investigativa criada pela Justiça Federal do Paraná em parceria com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal tem “muitas vantagens”. Por exemplo: o acusado é ouvido  num local “silencioso”, onde só se percebem ruídos, em elevados decibéis, das turbinas dos aviões e o murmúrio de milhares de pessoas falando ao mesmo tempo. No mais, existe um silêncio maior do que nos cemitérios, garantindo a perfeita audição das perguntas dos investigadores e das respostas do acusado.

Ordem: pôr Lula num avião

À luz dos fatos, qualquer pessoa com um mínimo de raciocínio percebe que a intenção era pôr o Lula num avião e levá-lo a Curitiba. E essa informação era de conhecimento de centenas, talvez milhares de pessoas, tanto que havia aglomerações no aeroporto de São Paulo e no de Curitiba. Outro sinal de que havia algo no ar, além dos aviões de carreira: na frente da sede da Polícia Federal, no bairro Santa Cândida, na capital paranaense, onde normalmente são levados os presos da “lava-jato”, havia uma concentração muito grande de pessoas. Até o ultrarreacionário Jair Bolsonaro, com várias caixas de foguetes, estava lá.
E por que Lula não foi posto no avião? É o grande mistério que pode ser desfeito nos próximos dias, mas cuja existência a imprensa fez questão de ignorar. Um sinal claro de que a viagem forçada do ex-presidente foi abortada por alguma ordem superior foi a veemente condenação pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, a toda espalhafatosa operação da força-tarefa da lava-jato. E a dúvida vem daí: Será que o STF não mandou desmontar o circo que se armou para render manchetes para a imprensa e devolver a Lula à liberdade?
Se nós, jornalistas, fôssemos mais jornalistas, talvez as autoridades desde País não nos dessem tanto circo e tão poucas realizações.  É hora se pensar todo o país. Incluindo o jornalismo que nele se faz de maneira tão superficial e venal.

Fonte: Notícias Paraná.
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