Ex-premiê
afirma ter ficado chocado pela forma como Lula foi levado pela PF
Matéria publicada nesta quinta-feira (10) no jornal espanhol El País destaca
que Felipe González, ex-primeiro-ministro da Espanha (1982-1996),
manifestou seu apoio e reafirmou sua amizade com o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que na sexta-feira (4)
passada foi obrigado pela Polícia Federal a depor sobre sua suposta
participação no esquema de corrupção da Petrobras, enquanto realizavam
buscas em sua casa e na sede de seu instituto.
“Fiquei chocado
pela forma como se deu a condução coercitiva
e o depoimento de Lula. Não acredito que ele tenha se negado a depor antes, de
modo que me pareceu desnecessário o uso da coerção”, disse González, do Partido
Socialista Operário Espanhol (PSOE), em uma entrevista coletiva na Universidade de São Paulo
(USP), onde assumiu a cátedra José Bonifácio, do centro Ibero-americano.
Segundo a
reportagem, o socialista alertou sobre o que ele chama de "Governo dos
juízes"; ou seja, quando a aplicação da lei pelo Judiciário busca
influenciar a política e substituir o Executivo e o Legislativo.
González é o
primeiro político europeu a falar sobre a operação da PF na semana passada e
manifestar sua solidariedade a Lula, somando-se a outros políticos
como Evo Moraes e Nicolás Maduro.
O socialista
espanhol acredita que existirá “um antes e um depois” da Operação Lava Jato, “um novo cenário que definirá
comportamentos diferentes, tanto de responsabilidades políticas como de
responsabilidades empresariais”. Afirmou, entretanto, que mesmo que Lula esteja
passando por um momento difícil, é e continuará sendo seu amigo. Mas que não
fica “chocado” pelo fato do ex-mandatário ser investigado porque “somos todos
iguais perante à lei”.
Fonte:
Jornal do Brasil.