Um
grupo de cerca de 400 jovens, segundo os organizadores, fez um 'escracho' em
frente à casa do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), em Brasília, na
tarde desta segunda-feira 2. A manifestação pedia o afastamento de Cunha do
cargo, devido a denúncias de corrupção que envolvem seu nome, e protestava
contra a agenda conservadora da Câmara, que tem aprovado projetos contrários às
minorias.
Articulado principalmente pelo movimento Levante, o ato tinha
faixas com os dizeres "Fora Cunha" e "tire as mãos dos nossos
corpos", em referência ao projeto de lei 5069/13, de autoria de Eduardo
Cunha, que proíbe o Sistema Único de Saúde (SUS) de oferecer a mulheres vítimas
de estupro a pílula do dia seguinte e de prestar-lhes orientações sobre o
direito ao aborto.
Outras propostas incluídas na pauta da Casa propõem a revisão
do Estatuto do Desarmamento, muda as regras da demarcação de terras indígenas,
reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos, estabelece o Dia do Orgulho
Hétero, entre outros. Os dois últimos são de autoria de Cunha.
Janderson Barros, do coletivo de juventude do MST no DF,
disse que "as pautas conservadoras do Congresso retiram direitos
fundamentais do povo brasileiro, por isso a necessidade de uma reforma
política". Laura Lyrio, da coordenação do Levante, convidou a juventude a
protestar contra "o retrocesso brasileiro".
"A juventude está na rua para defender que um outro
projeto para o Brasil é possível e que não aceitaremos sem lutar projetos como
o 5069, que é uma violência contra o corpo das mulheres, uma das muitas que o
Estado comete", afirma Laura.
Fonte: Brasil 247.