quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Alta nos combustíveis terá impacto na inflação

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O modal rodoviário é o que mais transporta cargas no Brasil. Com a alta no preço dos combustíveis, diversos produtos também devem ficar mais caros, impactando na inflação
Todo produto que é transportado por meio do modal rodoviário sofre impacto no preço com a alta do combustível (4% para o diesel e 6% para a gasolina). Cerca de 58% de todas as cargas distribuidas no Brasil dependem do transportem rodoviário.
“Isso vai ter elevação de custos, porque essa alta deve ser repassada integralmente pelas distribuidoras aos postos, consequentemente, ao consumidor também”, avalia o economista Ricardo Coimbra.
Para ele, a dependência das rodovias poderia atiçar a celeridade do que está sendo construído de infraestrutura logística ferroviária, como a Transnordestina, e também aumentar o uso de cabotagem (navegação via marítima na costa do mesmo país).
“Esse aumento, no entanto, talvez não gere essa vontade de mudar radicalmente o modelo de uso majoritário do rodoviário. Os investimentos na infraestrutura ferroviária são muito lentos”, lamenta e critica Ricardo.
É necessário
O aumento de combustível é um remédio dolorido para o consumidor, mas necessário para a Petrobras. O que se lamenta é estar sendo aplicado em um momento de muito aperto financeiro para os brasileiros, conforme analisa o consultor em gás e petróleo, Bruno Iughetti. “O termômetro do preço já estava explodindo”.

Ele explica que o represamento de preços dos combustíveis, por imposição do Governo à empresa, iria ser prejudicial em algum momento. Agora, o reajuste se fez inevitável. “Reduz o poder de compra, gera mais desemprego, o diesel vai afetar o transporte de bens alimentícios. Mas como a Petrobras tem compromissos dolarizados, imagine que agora está próximo ao dobro”, avalia o especialista.
Bruno ressalta ainda que continuamos importando o diesel. “Em termos de planejamento, eu diria que são erros amadores, inesperados, de uma equipe que deveria estar muito bem preparada”.

De qualquer forma, o mercado avaliou bem a alta no combustível, porque reduziu a pressão financeira sobre a Petrobras. “A forte desvalorização do real desde o início do ano estava gerando preocupação com o caixa da Petrobras. Cada centavo que o dólar sobe significa aumento também da dívida da companhia, elevando o risco de dificuldades financeiras”, disse Alexandre Wolwacz, diretor da escola de investimentos Leandro & Stormer.
Alexandre reforçou que a Bolsa brasileira teve sete quedas consecutivas e atingiu na última sessão seu menor nível desde 2009. “Isso motivou compras nesta quarta-feira e também estimulou o avanço do Ibovespa”, completou Wolwacz.

Mesmo com o alívio desta quarta-feira, a avaliação de analistas é que a tendência para a Bolsa segue negativa para os próximos meses, pressionada pela crise política e fiscal no Brasil e pelo cenário de taxa de juros elevada, o que reduz a atratividade da renda variável se comparada a aplicações na renda fixa. (com a Folhapress)
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