A presidente Dilma Rousseff disse, neste sábado (26), em
Nova York (EUA), que o governo está "extremamente preocupado" com a
escalada do dólar devido às empresas endividadas na moeda americana. Mas ela
ponderou que "o Brasil hoje tem reservas suficientes para que nós não
tenhamos nenhum problema em relação a nenhuma disruptura por conta do
dólar".
O dólar atingiu R$ 4,249 na
quinta-feira, o maior valor da história do Plano Real, mas depois recuou. A
moeda à vista, referência no mercado financeiro, fechou na sexta em baixa de
3,49%, para R$ 3,974 na venda. Na semana, a moeda acumulou alta de 1,46% —a
sexta semana seguida de alta.
A presidente disse que o
"governo terá uma posição bem clara e firme como foi essa que o Banco
Central teve ao longo do final da semana passada". "Estamos
extremamente preocupados, porque tem empresas endividadas em dólar. Então o
governo terá uma posição bem clara e firme como foi essa que o Banco Central
fez ao longo do final da semana passada", afirmou a presidente. Para
Dilma, as reservas do país vão evitar eventuais "desrupturas"
causadas pela alta da moeda americana.
O BC realizou nesta sexta dois
leilões de novos contratos de swaps cambiais, que movimentaram juntos cerca de
US$ 1,971 bilhão. A operação equivale a uma venda futura de dólares. A
autoridade também deu sequência a sua atuação diária para estender o prazo de
papéis já existentes, que girou em torno de US$ 443,1 milhões.
Conselho
de Segurança
Dilma defendeu uma reforma no
Conselho de Segurança da ONU. Ela falou com jornalistas após participar de uma
reunião com líderes do Japão, Alemanha e Índia para tratar do tema.
"A reforma do Conselho de
Segurança da ONU permanece como a principal questão pendente na agenda da ONU.
Nós precisamos de um conselho que reflita adequadamente a nova correlação de
forças mundial", afirmou a presidente.
Brasil, Alemanha, Japão e Índia
formam o chamado G4, grupo criado para pleitear mudanças no Conselho de
Segurança. Atualmente, o órgão conta com cinco integrantes fixos: Estados
Unidos, Rússia, Reino Unido, França e China, além de outros dez países que são
rotativos e mudam a cada dois anos.
"Precisamos de um Conselho
de Segurança representativo, legítimo e eficaz. Reafirmo nessas palavras
iniciais o firme compromisso do Brasil com o G4, com o nosso objetivo comum de
fortalecer o sistema multilateral de paz e segurança", continuou Dilma.
Abaixo o comunicado:
Reunião dos Líderes dos países do
G-4 – Brasil, Alemanha, Índia e Japão – sobre a Reforma do Conselho de
Segurança das Nações Unidas
Comunicado Conjunto
Nova York, 26 de setembro de 2015
Em 26 de setembro de 2015, S.E. o
Senhor Narendra Modi, Primeiro-Ministro da Índia, convidou S. E. a Senhora
Dilma Rousseff, Presidente da República do Brasil, S. E. a Senhora Angela
Merkel, Chanceler Federal da Alemanha, e S.E. o Senhor Shinzo Abe, Primeiro
Ministro do Japão, para um encontro do G-4 em Nova York.
Os líderes do G-4 ressaltaram que
um Conselho de Segurança mais representativo, legítimo e eficaz é mais
necessário do que nunca para lidar com os conflitos e crises globais, que têm
proliferado nos últimos anos. Expressaram sua visão comum de que isso pode ser
alcançado se o órgão refletir a realidade da comunidade internacional do século
XXI, em que mais Estados-membros têm capacidade e disposição para assumir
maiores responsabilidades em relação à manutenção da paz e da segurança
internacionais.
Nesse contexto, os líderes
notaram com preocupação que não tem havido progresso substantivo desde a Cúpula
Mundial de 2005, na qual todos os Chefes de Estado e Governo apoiaram por
unanimidade uma reforma urgente do Conselho de Segurança como elemento
essencial do esforço mais amplo para reformar as Nações Unidas. Enfatizaram que
o processo em curso na ONU para promover a reforma do Conselho de Segurança deveria
ser conduzido, dada a sua urgência, em um cronograma determinado.
Os líderes enalteceram a
liderança dinâmica do Presidente da 69ª Assembleia Geral e os esforços do
Facilitador das Negociações Intergovernamentais para mover o processo em
direção a negociações baseadas em texto. Saudaram a adoção por consenso da
Decisão 69/560 da Assembleia Geral, que estabelece que o texto apresentado pelo
Presidente da 69ª Assembleia Geral, em sua carta datada de 31 de julho de 2015,
seja usado como base para as negociações intergovernamentais. Comprometeram-se
a apoiar e cooperar com o Presidente da 70ª Assembleia Geral.
Os líderes também notaram com
apreço os esforços dos Estados-membros em avançar em direção a negociações
baseadas em texto. Saudaram, em particular, os esforços envidados pelos
Estados-membros do grupo africano, da CARICOM e do grupo L.69. Apoiaram a
representação africana em ambas as categorias de membros permanentes e não
permanentes do Conselho de Segurança. Notaram, ainda, a importância da representação
adequada e contínua de Estados-membros pequenos e médios, inclusive dos
Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (SIDS), em um Conselho expandido
e reformado.
Os líderes enfatizaram que os
países do G-4 são candidatos legítimos a membros permanentes em um Conselho
expandido e reformado e apoiaram suas respectivas candidaturas. Reafirmaram seu
compromisso de continuar contribuindo para o cumprimento dos princípios e
propósitos da Carta da ONU. Comprometeram-se a trabalhar em parceria com todos
os Estados-membros e a acelerar entendimentos, com vistas a alcançar uma
reforma rápida e significativa do Conselho de Segurança. Expressaram
determinação em redobrar seus esforços para assegurar resultados concretos
durante a 70ª Sessão da Assembleia Geral.
Dilma Rousseff
Presidente da República do Brasil
Angela Merkel
Chanceler Federal da Alemanha
Narendra Modi
Primeiro-Ministro da Índia
Shinzo Abe
Primeiro-Ministro do Japão.
Fonte: Brasil 247.













