Os números nacionais
mostram que o varejo teve o pior primeiro semestre em 12 anos. Dados são do IBGE
O volume de vendas no varejo cearense registrou queda de 4% no mês de
junho. A queda acumulada no semestre é de 2,8%, enquanto há uma leve alta de
0,1% nos últimos 12 meses. No Brasil, a queda mensal foi de 2,7%, com baixa de
2,2% no semestre e variação negativa de 0,8% nos 12 meses. Os dados foram
divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado mensal do varejo foi negativo em 22 dos 27 estados. A maior
queda no volume de vendas foi registrada no Amapá (-10,2%), seguida da Paraíba
(-9,0%), Alagoas (-8,0%), Goiás (-7,7%) e Amazonas (-7,6%). O melhor resultado
registrado foi em Roraima, que registrou variação positiva de 5%, seguido de
Santa Catarina, com 4,3%.
O presidente da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL),
Honório Pinheiro, atribui os resultados negativos às crescentes taxas de
desemprego, juros altos e ao atual momento de instabilidade política. “O
desemprego afeta a capacidade de consumo e os juros altos corroem o salário,
gerando grande desconfiança por parte da população”.
Segundo Honório, a entidade tenta alertar o governo sobre as medidas do
ajuste fiscal, que inclui corte de despesas públicas e consequente redução no
volume de dinheiro em circulação no País. “Com o varejo afetado, nós ficamos
preocupados e o que estamos fazendo para tentar neutralizar isso é alertar o
governo em relação às medidas de ajuste fiscal”, completa Honório.
Varejo ampliado
No comércio varejista ampliado - que inclui
veículos e construção civil - o Ceará também registrou variação mensal negativa
no volume de vendas, com queda de 0,2%. No período de janeiro a junho, houve
queda de 3,6% e, no acumulado de 12 meses, a queda foi de 0,7%.
Os números nacionais do volume de vendas varejo ampliado foram de baixa:
de 0,8% no mês, 3,5% nos últimos 12 meses e de 6,4% no semestre.
A queda das vendas do varejo deve afetar o resultado do consumo das
famílias no Produto Interno Bruto (PIB) a ser divulgado pelo IBGE no próximo
dia 28. Na visão dos economistas, os próximos meses tendem a ser meses difíceis
para o setor, especialmente quando se olha para datas comemorativas. (com
agências)
Fonte: O Povo