Oficialmente, o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva não é investigado pela Operação Lava Jato, o que já
foi dito por diversos integrantes da força-tarefa paranaense.
No entanto, surgem indícios
eloquentes de que Lula talvez seja o próximo alvo da operação. Ontem, o jornal
Estado de S. Paulo divulgou uma conversa grampeada pela Polícia Federal entre
ele e Alexandrino Alencar, um dos diretores da Odebrecht presos na Lava Jato
(leia mais aqui).
Hoje, a revista Veja quebra o
sigilo bancário do ex-presidente. Segundo a publicação, os dados foram obtidos
a partir de um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades
Financeiras) enviado à Polícia Federal e aos integrantes da força-tarefa paranaense.
De acordo com o relatório, a
LILS, empresa de palestras do ex-presidente Lula, faturou R$ 27 milhões, desde
que ele deixou a presidência da República. Destes, cerca de R$ 10 milhões
teriam vindo de empresas investigadas na Lava Jato, como Odebrecht (R$ 2,8
milhões), Andrade Gutierrez (R$ 1,5 milhão) e OAS (R$ 1,4 milhão).
Essa devassa bancária contra um ex-presidente da República apontou
também a destinação dos recursos. De acordo com o relatório, a LILS aplicou R$
12,9 milhões, fez um plano de previdência privada no valor de R$ 5 milhões,
recolheu R$ 3 milhões em impostos e fez transferências de R$ 4,3 milhões.
A quebra do sigilo bancário
aponta até os repasses feitos por Lula a alguns de seus filhos. Lurian, por
exemplo, recebeu R$ 385 mil. Luis Claudio ganhou R$ 209 mil e Sandro recebeu
outros R$ 80 mil.
Veja abre sua reportagem
dizendo que palestras de ex-presidentes não são ilegais. A revista afirma que
Fernando Henrique Cardoso faz isso com frequência e que Bill Clinton é um dos
campeões da modalidade, tendo recebido centenas de milhões de dólares por essa
trabalho.
No entanto, apenas Lula, que
deixou o Palácio do Planalto como o presidente mais popular da história do
País, teve seu sigilo bancário quebrado, com a intenção clara de desmoralizá-lo.
Nas últimas semanas, o
ex-presidente tem sido aconselhado por aliados a aceitar ser ministro do
governo Dilma. Assim, ele passaria a ter direito ao foro privilegiado e só
poderia ser alvo de ações movidas nos tribunais superiores.
Fonte:
Brasil
247.