Manifestações organizadas pela Central Única
dos Trabalhadores (CUT), Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Movimento
dos Sem Terra (MST), Central de Movimentos Populares (CMP) e União Nacional dos
Estudantes (UNE) ocorreram nesta quinta-feira (20) em 24 estados e no Distrito
Federal. Além do "Fora Cunha" e da defesa do mandato de Dilma
Rousseff, entre as palavras de ordem havia também críticas ao ajuste fiscal.
No Rio de Janeiro, os manifestantes se
concentraram na Candelária, no centro da Cidade, por volta das 15h. Em seguida,
eles seguiram em passeata pela Avenida Rio Branco, em direção à Cinelândia,
onde foi montado um palco para apresentação de artistas e discursos. Ao longo
do trajeto, a passeata foi acompanhada por sete carros de som e 10 grupos com
instrumentos musicais.
Os discursos foram diversos - muitos
ativistas puxaram gritos contra o ajuste fiscal e o ministro da Fazenda,
Joaquim Levy, enquanto outros se limitaram a apoiar Dilma, sem ressalvas. Os
únicos momento de unanimidade foram os coros de "Não vai ter golpe" e
"Fora Cunha", referindo-se ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
Artistas e líderes sindicais se revezam no palco montado em frente à Câmara
Municipal.
Jandira Feghali, Quaquá, Gilberto Palmares, o
ex-ministro Edson Santos, Carlos Minc, Luis Sérgio e outros políticos
compareceram à manifestação.
Minc comentou os pedidos de renúncia e
impeachment da presidente: "Não faz sentido, ela não vai renunciar. Aliás,
é curioso porque não tem nada contra a Dilma, não tem nenhum processo contra
ela, e a turma que está pedindo a renúncia dela está agarrada no pescoço do
Cunha, contra quem tem muita coisa. Eu acho uma grande contradição".
Destacou ainda que é preciso reconhecer que
cometemos erros e que a economia tem melhorar, e ressaltou que envolvidos com
corrupção estão pagando por isso, porque não tem "nenhum engavetador geral
da República". "Não é porque a economia está com problema e a gente
tem que ajeitar ela outra vez que vão querer puxar o tapete atropelando. Aliás
eu achei curioso que muita gente estava pedindo intervenção militar constitucional,
eu não sei exatamente o que é isso. (...) A turma que está pedindo ditadura não
está se tocando que não poderia se manifestar como estão fazendo agora".
Emir Sader destacou ao JB que há uma disputa
nacional de agendas no país, e que neste sentido o ato quer se afirmar contra o
golpe, mas também por uma agenda popular, que seria uma retomada de
investimentos, interrupção dos cortes de recursos, e tributação sobre as
grandes fortunas. "Está aberto o governo vai fazer, ele está enfraquecido,
tem muitas pressões. A situação melhorou em relação a um mês atrás, mas é uma
disputa. E a força popular vai tornar possível superar essa agenda econômica do
governo, que é a razão principal da crise".
Luis Sérgio, que também compareceu ao ato,
disse que a manifestação desta quinta mostra que o movimento social, os
partidos políticos, querem respeito à democracia. "Respeitar a democracia
é, acima de tudo, respeitar o resultado das urnas. Estamos aqui para gritar em
alto e bom som que nos não vamos aceitar que rasguem a Constituição. Essa
história de golpe é uma história do passado, página virada, e a democracia foi
construída com muita luta, é um patrimônio do povo brasileiro".
Os organizadores da manifestação de apoio à
presidente Dilma Rousseff no Rio estimam o público entre 20 mil e 25 mil
pessoas. A Polícia Militar não vai divulgar estimativa.
Em São Paulo, manifestação reúne mais de 60
mil pessoas, segundo organizadores
Em São Paulo, a concentração começou no meio
da tarde no Largo da Batata, em Pinheiros, Zona Oeste da Capital. Depois, os
manifestantes seguiram pela Avenida Faria Lima em direção aos Jardins,
bloqueando algumas faixas de trânsito.
Inicialmente, os organizadores divulgaram que
15 mil pessoas participaram da manifestação. Às 18h50, eles alteraram a
estimativa para mais de 60 mil pessoas. A Polícia Militar não divulgou o número
de pessoas presentes. O MTST, um dos grupos que organiza os atos desta
quinta, afirmou que o ato em São Paulo reúne 75 mil pessoas. A PM não confirmou
e diz que, por enquanto, não está divulgando um balanço do público presente.
Boneco de Cunha marca manifestação em Brasília
Em Brasília,os manifestantes começaram a se
reunir na região central da cidade no início da tarde. Um boneco do presidente
da Câmara simulando uniforme de presidiário foi um dos adereços do ato. Uma
placa no pescoço do boneco diz "Ladrão de direitos". Além de
bandeiras vermelhas, muitos militantes carregavam placas com dizeres como
"Golpe não" e "#foratucanoscorruptos". O ato teve a adesão
de partidos políticos aliados do governo e de movimentos sociais, como o
estudantil.
Cerca de 12 mil participaram de ato em Belo
Horizonte
Depois de percorrer diversas ruas centrais, a
manifestação em Belo Horizonte chegou ao fim por volta das 19h. Manifestantes
estimam que 12 mil pessoas participaram do ato em apoio a Dilma, mas que também
criticou a política econômica do governo. Para a PM, foram 3.000 os
participantes. De ocorrências, houve apenas um furto.
Deputados do PT e do PCdoB foram à
manifestação, encerrada na praça da Estação com um "bandeiraço" das
entidades presentes.
Protesto em Natal
O protesto em Natal terminou por volta das
18h45. A PM revisou a estimativa de público, de mil para 700, mas os
organizadores afirmam que houve um número bem maior de manifestantes.
Nos momentos finais, políticos e
sindicalistas reforçaram que esse foi um ato de resistência. Assim como em
outros Estados, Dilma foi elogiada, mas muitos dos participantes criticaram a
atual política econômica e o ministro Levy.
Manifestação em Porto Alegre
Em Porto Alegre, o protesto pró-Dilma também
chegou ao fim no início da noite. A manifestação foi marcada por críticas ao
governador José Ivo Sartori (PMDB), ao presidente da Câmara dos Deputados,
Eduardo Cunha (PMDB), e ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
Cerca de mil pessoas participaram da
manifestação, segundo organizadores. A Brigada Militar informou que 800 pessoas
participaram do ato.
Os manifestantes caminharam da Igreja
Pompéia, onde foi realizada uma plenária com movimentos sociais de esquerda,
até a esquina da rua da Praia com a avenida Borges de Medeiros.
Em Fortaleza também houve protesto
O ato em defesa do mandato de Dilma foi
encerrado em Fortaleza. Os organizadores do ato informaram que havia 20 mil
pessoas na Praça do Ferreira, ponto de maior concentração. A PM ainda não
divulgou a estimativa.
Em Teresinha, Cunha é chamado de mafioso
Em Teresina, o protesto em favor de Dilma
reuniu, segundo a PM, 2.000 pessoas. Os organizadores afirmam que foram
3.000. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, foi muito criticado durante
o ato; ele foi chamado de mafioso. Manifestantes chegaram a parar por 15
minutos a avenida mais importante da cidade.
Manaus
O protesto em Manaus acabou no início da
noite desta quinta e teve, segundo a PM, a participação de cerca de 1.500
pessoas. Já os manifestantes falam em 5.000 pessoas. No evento, manifestantes
fizeram críticas à política econômica do governo Dilma.
Pela manhã, houve manifestações em dez estados
Pela manhã, ao menos dez cidades, de dez
estados, receberam manifestações contra o impeachment. Segundo números de
organizadores, o maior ato foi na capital paranaense, onde 5.000 pessoas teriam
participado da passeata (a PM estima o número de presentes em 600).
As manifestações
foram realizadas nas seguintes cidades:
- Belém (PA) -
Organizadores dizem que houve 1.500 presentes, mas segundo a PM, foram 300.
- Campo Grande (MS) -
Mil pessoas, segundo a CUT (a PM não divulgou sua estimativa).
- Curitiba (PR) -
Cerca de 5.000 manifestantes, segundo organizadores. PM diz que foram 600.
- Fortaleza (CE) -
Organizadores estimam em mil presentes (PM não divulgou números).
- João Pessoa (PB) -
Manifestantes se concentraram no centro e partiram para Campina Grande. Não
houve divulgação de estimativas.
- Maceió (AL) -
Organizadores afirmam que 3.000 pessoas participaram do evento. A PM não
divulgou estimativa.
- Petrolina (PE) -
"Dezenas de manifestantes", segundo organizadores, participaram de
passeata no centro da cidade pernambucana.
- Ribeirão Preto (SP)
- Cerca de 400 manifestantes fizeram marcha no município paulista, segundo o
MST.
- Rio (RJ) - Por
volta de 300 pessoas participaram do ato na capital fluminense. A PM, que levou
55 homens para acompanhar a manifestação, não divulgou uma estimativa.
- Salvador (BA) -
Cerca de cem pessoas participaram do ato pela manhã. Outra manifestação está
marcada para a tarde.
Em Campo Grande, professores municipais e
trabalhadores ligados à CUT entoaram gritos de “não vai ter golpe”. A
manifestação teve fim às 11h. O ato de Salvador foi o segundo a terminar,
às 11h45, quando os manifestantes chegaram à sede da Federação das Indústrias
do Estado da Bahia (Fieb).
Fonte: Jornal do Brasil.