A
epígrafe da denúncia do procurador-geral de Justiça, Rodrigo Janot, contra o
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), cita uma clássica frase do líder
da independência indiana, Mahatma Gandhi, segundo a qual "tiranos e
assassinos" parecem "invencíveis", mas "sempre caem".
"Quando me desespero, eu me lembro de que, durante toda
a história, o caminho da verdade e do amor sempre ganharam. Têm existido
tiranos e assassinos, e por um tempo eles parecem invencíveis, mas no final
sempre caem. Pense nisto: sempre", diz o texto.
A Procuradoria-Geral da República protocolou no Supremo
Tribunal Federal (STF), no início da tarde desta quinta-feira 20, denúncia
contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por corrupção passiva e
lavagem de dinheiro.
Na denúncia, o deputado é acusado pelo procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, de receber propina de ao menos US$ 5 milhões e
vantagens indevidas para viabilizar a contratação do estaleiro Samsung,
responsável pela construção de navios-sonda para a Petrobras.
"O denunciado Eduardo Cunha ocultou e dissimulou a
natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade de
valores provenientes, direta e indiretamente, do crime contra a administração,
mediante o recebimento fracionado de valores no exterior, em contas de empresas
offshore e por meio de empresas de fachada, mediante simulação de contratos de
prestação de serviços e, ainda, pagamento de propina sob a falsa alegação de
doações para Igreja", diz a denúncia, que complementa que a Igreja
Evangélica Assembleia de Deus intermediou o recebimento de pelo menos R$ 500
mil a Cunha (PMDB-RJ) em 2012.
Janot pede 'restituição do produto e proveito dos crimes no
valor de US$ 40 milhões e a reparação dos danos causados à Petrobras e à
Administração Pública também no valor de US$ 40 milhões'.
Fonte: Brasil 247.