A Frente
#TodosPelaDemocracia realizou na noite de ontem, diante da Faculdade de Direito
da Universidade de São Paulo (USP), no Largo São Francisco, no centro da
capital paulista, uma "Aula Magna pública sobre Democracia".
Participaram inúmeros representantes de movimentos sociais, juristas,
advogados, militantes partidários e sem partido, sindicatos, centrais sindicais
(CUT e CTB) e coletivos. A reunião, aberta ao público na calçada em frente à
faculdade, foi realizada em comemoração ao Dia do Advogado. A data marca 188
anos da fundação da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, em 11 de
agosto de 1827.
Os oradores usaram a efeméride para fazer a defesa do Estado
democrático de direito, ameaçado pelo que consideram articulações golpistas
disfarçadas de legalidade. "Eles não querem aceitar o jogo democrático,
querem dar um golpe travestido com o nome de impeachment. Não aceitam a derrota
nas urnas", disse o presidente do Sindicato dos Advogados de São Paulo,
Aldimar de Assis,
O presidente do diretório paulistano do PCdoB, Jamil Murad,
afirmou que a reunião no centro de São Paulo foi suprapartidária. A frente,
disse, aglutinou representantes da sociedade civil comprometidos com a
democracia em oposição a "golpistas que se articulam para derrubar a
presidenta legitimamente eleita". "Faz mais de um ano que procuram um
motivo (para inviabilizar o governo e a reeleição de Dilma) e não acham."
A presidenta da União Estadual dos Estudantes (UEE) de São
Paulo, Flavia Stefanny, disse que as pessoas se esquecem o que foi o movimento
de 1964. "A gente sabe quantos companheiros morreram para que a gente
possa fazer essa manifestação em praça pública. Nós não temos medo da ofensiva
que estão fazendo. Nossa resposta vai ser mais gente na rua."
A data também foi o mote de jantar promovido pela presidenta
Dilma Rousseff no Palácio da Alvorada, na noite de ontem, para o qual convidou
os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal, os presidentes de tribunais, o
presidente da OAB, Marcus Vinícius Furtado Coêlho, o ministro da Justiça, José
Eduardo Cardozo, o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, e outros
operadores do Direito.
Segundo a Agência Brasil, compareceram ao jantar o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e os ministros do Supremo Ricardo
Lewandowski (presidente da corte), Luis Roberto Barroso, Rosa Weber e Edson
Fachin. Participaram do jantar o vice-presidente da República, Michel Temer, e
Cardozo.
No Largo São Francisco, a estudante Ana Lidia Cavalli, ligada
ao Centro Acadêmico 11 de Agosto, se manifestou para falar que a sociedade
civil "não está feliz com o ajuste fiscal", mas que os movimentos
sociais estão se mobilizando contra "quem está organizando o
impeachment" de Dilma Rousseff.
"Esse é um momento que exige muita unidade e muita
força. O que a direita quer não é acabar com a corrupção, é acabar com um
projeto de 30 anos de construção de esquerda", disse Diego Pandullo, do coletivo
Contraponto.
A ativista Carmem Silva Ferreira, da Frente de Luta por
Moradia (FLM), declarou: "Democracia é o que a gente está fazendo aqui.
Querem romper um projeto popular, o nosso projeto por qualidade de vida, pelo
Minha Casa Minha Vida. Não vamos aceitar golpe. Nós somos a maioria e não
podemos deixar isso (um golpe) acontecer. Nós somos mais de 50 milhões de
pessoas que votaram (em Dilma)".
Fonte: Brasil 247.