O
ex-governador do Ceará Ciro Gomes anunciou nesta terça-feira que, juntamente
com o irmão, o ex-ministro da Educação Cid Gomes, está de malas prontas para
deixar o PROS e se filiar ao PDT, ‘atualmente a legenda mais forte para um
projeto nacional’, dizem.
Cid e Ciro reafirmaram que continuarão a apoiar o governo da
presidente Dilma Rousseff. Mas não não escondem ambições presidenciais para
2018: "Meu candidato a presidente é Ciro Gomes", disse.
Em artigo, Rodrigo Viana comenta a movimentação e ressalta: há
gente pensando para além da crise. Segundo ele, é mais um sinal de que a
polarização PT/PSDB está encerrada. Leia abaixo:
Ciro e Cid assumem PDT de
Brizola: há gente pensando para além da crise
Ciro
Gomes foi um leal combatente ao lado de Lula, nos tempos mais difíceis – quando
parte do PT se enfiou debaixo da cama depois da denúncia do Mensalão em 2005.
Cid Gomes, irmão dele, teve a coragem de ir ao Congresso e
cravar na testa de Eduardo Cunha: “achacador”!
Os dois têm uma trajetória controversa. Trocaram de partido
várias vezes. Mas nos últimos 12 anos jamais trocaram de lado.
Cid e Ciro anunciaram o ingresso no PDT – que desde a morte
de Brizola em 2003 perdeu força e identidade. Clique aqui para saber mais.
Está evidente que um dos dois será candidato a presidente em
2018. É mais um sinal de que a polarização PT/PSDB está encerrada.
Ciro (ou Cid?) pode até vir a ser o candidato apoiado por
parte do bloco que hoje gravita em torno do lulismo. Mas o mais provável é que
esse bloco se desfaça.
A próxima eleição (seja em 2018, ou antes disso se prosperar
o golpe parlamentar contra Dilma) deve ser parecida com a de 1989: um quadro
fragmentado.
O PSDB mesmo ameaça se estilhaçar. Há 3 projetos pessoais em
disputa: Aécio pode ficar com a legenda tucana, Alckmin pode sair pelo PSB e
Serra pelo PMDB (com apoio de Temer).
E a direita amalucada pode, sim, viabilizar uma candidatura
de Bolsonaro ou Caiado – seguindo as pegadas da Frente Nacional na França e de
outros grupos de tinturas fascistas mundo afora.
Pela esquerda, pode-se viabilizar uma nova frente – com
partes do ex-PT, do PSOL e outras forças.
E ainda haverá espaço para candidaturas como a de Ciro/Cid.
Lula sobreviverá até 2018? Está fora do páreo? Hum, nada
disso está definido.
Os tucanos apostam em “fechar” o PT, e esmagar Lula com apoio
da Globo. Acham que assim chegarão ao poder. Podem ser surpreendidos pela
história.
Um amigo que sabe das coisas costuma dizer: “não existe
Salieri sem Mozart”. Uma referência ao músico invejoso que vivia às turras com
o gênio Mozart na velha Áustria.
FHC e os tucanos são Salieri. Arrebentam-se de inveja do
gênio que é Lula.
Se o lulismo se apagar, o tucanismo pode acabar-se junto.
A orquestra pode acabar nas mãos de um oportunista de
direita?
Ou, num quadro menos pessimista, pode-se construir uma
alternativa que não ponha em risco a soberania do país. Ciro e Cid representam
essa possibilidade.
A bandeira de Brizola estará em boas mãos.
Acompanhe
o áudio de Cid e Ciro Gomes no encontro do PROS (extraído do Blog Sobral de
Prima).
Acompanhe
o áudio de Cid e Ciro Gomes no encontro do PROS (extraído do Blog Sobral de
Prima).
Fonte: Ceará 247.