O robô Da Vinci é o 14º do Brasil e
o 1º do Norte, Nordeste e Centro-Oeste a realizar cirurgias. A tecnologia
permite operação menos invasiva
O Ceará teve suas primeiras
cirurgias realizadas por robôs. De origem americana, o robô chama-se Da Vinci e
foi utilizado em cirurgias de próstata no Hospital Monte Klinikum, de
Fortaleza, que adquiriu o equipamento. As duas primeiras cirurgias com o uso do
robô tiveram bons resultados. Com apenas quatro horas após o procedimento, os
pacientes puderam sentar e andar, recebendo alta no dia seguinte, o que não
acontece em cirurgias de grandes incisões, pois provocam dor e demora de
recuperação no pós-operatório.
A tecnologia por robótica está em
desenvolvimento há oito anos e chegou ao Brasil há dois anos. Hospitais de
referência no Brasil como o Sírio-Libanês, Einstein, 9 de Julho e Samaritano já
utilizam a tecnologia, que chegou ao Brasil há dois anos.
O robô que veio para o Ceará é o
14º do Brasil e o primeiro do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O robô Da Vinci
permite que as cirurgias sejam feitas através de pequenas incisões, que são
menos invasivas. Ele utiliza um sistema óptico com tecnologia 3D e imagem em
HD, que permite um aumento de 20 vezes o tamanho natural, permitindo que o
cirurgião tenha movimentos mais precisos.
O diretor do hospital, Dr.
Florentino Cardoso, justifica a aquisição da tecnologia pela necessidade de
evolução constante da medicina. “A cirurgia robótica tem se difundido no mundo
inteiro e no Brasil estava restrita ao eixo Sul-Sudeste. E quando se trata de
medicina, devemos estar na vanguarda”. Para realizar as duas primeiras
cirurgias, o hospital trouxe o médico americano Vipul Patel, que já realizou
mais de 9 mil cirurgias.
“Todo mundo acha que operar com um
robô é brincar de videogame, não tem nada a ver. Só o treinamento custa cerca
de R$ 700 mil por cirurgião, e dura de seis meses a um ano”, explica Leopoldo
Albuquerque, responsável pelo setor de cirurgia. Segundo ele, o benefício não é
só a chegada do robô. Pois para receber a tecnologia, o hospital teve que mudar
o centro cirúrgico, investiu em rede de dados, de cabeamento, adquiriu novos
equipamentos, reformar a Unidade de Treinamento Intensivo (UTI).
No Hospital Monte Klinikum, seis
cirurgiões estão passando pelo treinamento. Eles já foram submetidos a
atividades de habilidades específicas num simulador e cirurgia experimental em
animais. Foram para o exterior acompanhar casos clínicos e agora operam
acompanhados de instrutores durante as suas 20 primeiras cirurgias. As
especialidades que receberão ajuda do robô são urologia, coloproctologia e
cirurgia digestiva e bariátrica.
“Por mais que o cenário seja
difícil atualmente, todo mundo fale em crise, vale a pena investir nisso. E
esse investimento não acontece só em hospitais privados do Brasil, algumas
instituições públicas no Rio e de São Paulo adquiriram o robô e estão beneficiando
a sociedade de maneira geral”, argumenta Leopoldo.
Fonte: Tribuna do Ceará