O Mental Floss reuniu
recentemente uma série de tradições casamenteiras que vão deixar você surpreso.
Se hoje presenciamos rituais de casamento que incluem a troca de alianças, o
beijo apaixonado, a chuva de arroz e a valsa dos noivos, não é sempre assim que
acontece em todo o mundo. A seguir, conheça algumas antigas tradições
completamente diferentes – felizmente – do que vemos hoje em dia:
O ritual do copo:
Na região da Etiópia, era comum que os noivos
passassem por uma cerimônia que envolvia a “prova do copo”, digamos assim. O
casamento e a celebração não eram muito diferentes do que vemos hoje: festa,
comilança e depois as felicitações aos noivos, que seguiam para a esperada
noite de núpcias.
A diferença era que, na manhã seguinte ao
casório, todos do vilarejo se reuniam ao redor do local onde os pombinhos
haviam passado a noite. O noivo saía, então, segurando um copo, que era
entregue ao pai da noiva. A partir daí, duas coisas poderiam acontecer.
A primeira possibilidade era a mais esperada:
o noivo, satisfeito, chamava o sogro para tomar vinho e comentar sobre os
melhores momentos do casório. Agora se o noivo derrubasse vinho significava que
a esposa não tinha sido do agrado do homem, que estava insatisfeito. Nessa
segunda ocasião, a derrubada do vinho colocava fim ao casamento.
A dancinha:
Antigamente, onde
hoje é a Colúmbia Britânica, no Canadá, os nativos realizavam um ritual chamado
“dança tocante”, que basicamente era uma festa que acabava em casório.
Funcionava assim: várias pessoas dançavam, e as mulheres solteiras usavam uma
faixa.
Quando
um homem se aproximava e segurava a faixa de uma das mulheres, significava que
ele gostaria de se casar com ela. Se a moça não correspondia ao interesse, ela
poderia tirar a faixa da mão do rapaz. Ao final da dança, aqueles rapazes que
continuavam segurando a faixa passavam a ser considerados maridos das mulheres
cujas faixas seguravam. Que agilidade, hein!
Rússia sendo Rússia desde sempre:
Os povos antigos do
nordeste da Rússia tinham uma forma bem bizarra de se casar. Quando um homem
encontrava uma mulher com quem queria se casar, ele se submetia a trabalhar
como uma espécie de escravo para os pais da noiva. Se eles ficassem satisfeitos
com o trabalho do moço, ele ganhava permissão para se casar com a jovem. Essa
permissão, no entanto, era concedida de maneira bem peculiar: basicamente o
rapaz tinha que encontrar a donzela e deixá-la nua.
Detalhe:
a essa altura a moça já contava com a ajuda das outras mulheres da redondeza,
que a vestiam com tantas roupas e faixas que, ao final da preparação, a noiva
mais parecia uma múmia.
Quando
o pretendente encontrava a noiva, seu dever era pular sobre ela e tentar
desesperadamente desenfaixá-la, afinal, assim que as outras mulheres
percebessem que o noivo havia encontrado a noiva, era obrigação delas
dificultar o trabalho do jovem. Para isso, elas o agrediam e faziam de tudo
para que ele ficasse ferido e não conseguisse cumprir sua meta.
A
vida do noivo, basicamente, não era muito simples. Mas quando a luta acabava e
o cara já estava quase pedindo socorro, a noiva o chamava para descansar com
ela em sua cama.
Mais uma da Rússia:
Taí um povo que não
ganhou fama de excêntrico à toa. No início do século XIX, os casórios na Rússia
incluíam alguns rituais bem diferentes. Primeiro, as amigas do noivo faziam com
que a noiva ficasse nua para que, assim, elas pudessem avaliar o corpo da moça
e repassar um relatório ao futuro marido.
Se
os atributos da donzela fossem aprovados pelo marido, o casamento acontecia e
as amigas do noivo – de novo, elas – rezavam para que a moça tivesse o maior
número de filhos possível. Depois da cerimônia religiosa, os noivos recebiam
seus convidados em uma festa com muitos quitutes. Ainda assim, os recém-casados
só poderiam sentar-se à mesa – nada de comida para eles!
Enquanto
isso, os convidados eram animados por um coral de crianças que cantavam músicas
com letras obscenas. A festa prosseguia e o marido, claro, deveria carregar um
pequeno chicote preso a um pé de sua bota. No outro, ele escondia uma bugiganga
qualquer.
Em
seguida, a noiva deveria tirar os sapatos do noivo. Se o primeiro pé que ela
puxasse fosse a bota com a bugiganga, o marido dava o objeto aleatório à
esposa, como um sinal de que os dois teriam uma vida feliz juntos. Agora se ela
puxasse a bota que tivesse o chicote, ela já levava um golpe em seguida, de
modo que isso servia de aviso para que ela soubesse que, durante o casamento,
seu marido poderia chicoteá-la quando quisesse.
Calma
lá que a bizarrice ainda não acabou. Depois do ritual das botas, o casal ficava
sozinho em um quarto por duas horas, enquanto um grupo de senhoras os esperava
do lado de fora. Assim, depois da primeira vez dos dois, a noiva deveria
mostrar para as mulheres a “marca de sua virgindade”. Na sequência, essas
senhoras faziam uma trança nos cabelos da noiva e iam falar com o pai dela, que
dava o dote pela filha. O dinheiro era entregue ao noivo e, depois disso, os
dois viviam juntos para sempre.
Na Bielorrússia:
Não é perseguição,
a gente jura, mas as coisas lá pros lados da Rússia sempre seguem um padrão de
bizarrice que parece ser impossível de superar. Na região que hoje é conhecida
como Bielorrúsia, a tradição era esta: o noivo apanhava antes da noite de
núpcias.
Funcionava
assim: o padrinho do noivo seguia o casal até o quarto onde teriam a noite de
núpcias. Uma vez que os pombinhos estivessem despidos e embaixo dos lençóis, o
padrinho invadia o quarto e dava uma bela surra de chicote no noivo. Durante a
surra, o padrinho gritava frases como: “Olhem um para o outro, se beijem e se
abracem! RÁPIDO”.
Detalhe:
o chicote usado pelo padrinho é o mesmo que, coincidentemente, essas pessoas
usavam em cerimônias fúnebres, já que, como todos sabemos, casamentos e
funerais precisam de rituais envolvendo chicotes.
Bônus:
Uma regra bastante sensata, usada antigamente nos Países
Baixos, bem que poderia voltar a fazer parte dos nossos critérios na hora de
encontrar alguém com quem dividir uma vida. A regra era curta e grossa:
“Aqueles que não gostam de gatos não terão esposas bonitas”. Faz ou não faz
todo o sentido?
Fonte: Mega Curioso.