A caçada da família Marinho ao
ex-presidente Lula será implacável daqui até 2018, ano das próximas eleições
presidenciais. Embora a Globo, que enfrentava sérias dificuldades financeiras
no início do governo Lula, em 2004, tenha sido socorrida com a ajuda do
ex-presidente do ex-ministro Antonio Palocci, o que passou, passou. Agora, a
palavra de ordem dentro do maior grupo de mídia do País é somar todos os
esforços para evitar que Lula possa voltar à presidência.
Os sinais já são evidentes há bastante tempo. Foi
o jornal O Globo, por exemplo, que publicou uma nota vaga sobre uma viagem de
Lula à República Dominicana, que deu origem ao inquérito aberto no Ministério
Público do Distrito Federal contra ele. Foi a revista Época, também do grupo,
que, numa capa surpreendentes, o chamou de "Lula, o operador". Ontem,
tanto Época quanto um editorial do Globo (leia aqui), compararam a situação de Lula à de
Eduardo Cunha – enquanto um acusado do crime de defender empresas brasileiras
no exterior, outro é suspeito de cobrar propina de US$ 5 milhões.
Hoje, os Marinho deram mais um passo em sua
tentativa de destruir Lula. Reportagem de capa do jornal O Globo o acusa de
fazer lobby para a Odebrecht em Portugal e Cuba. As evidências seriam despachos
internos do Itamaraty sobre viagens do ex-presidente. Numa delas, em Lisboa,
Lula afirmou que empresas brasileiras deveriam se engajar mais no processo de
privatização português, no momento em que a Odebrecht cogitava entrar num
leilão de uma empresa lusitana. Em outro, informa-se que Lula se encontrou com
Marcelo Odebrecht, preso na Operação Lava Jato, em Cuba.
Em nota, o Instituto Lula defendeu as ações do ex-presidente. “Como o documento mostra, ele comentou o interesse da
empresa brasileira pela empresa portuguesa. Que, aliás, era público há muito
tempo (…) São inúmeras as empresas brasileiras que acompanham com interesse o
processo de privatizações em curso em Portugal”, afirmou o Instituto, sobre a
questão de Portugal.
“O ex-presidente não recebeu, não recebe e
jamais receberá qualquer pagamento de qualquer empresa para dar consultoria,
fazer lobby ou tráfico de influências”, acrescenta ainda a nota. “As visitas a Cuba foram realizadas durante outras viagens
do ex-presidente a países nos quais realizou palestras”.
O objetivo da família Marinho parece ser o de
influenciar o Poder Judiciário para que Lula seja preso e submetido a
constrangimentos antes de 2018. Em editoriais, o Globo já defendeu a abertura
do pré-sal a empresas estrangeiras e também que construtoras internacionais
substituam as brasileiras até mesmo no mercado interno. Recentemente, O Globo
publicou um editorial em que fez um mea culpa por ter apoiado o golpe de
militar de 1964, agindo em sintonia com interesses norte-americanos.
Fonte:
Brasil
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