O número considera
registros entre janeiro e abril deste ano. Radares móveis colaboram para o
flagrante de condutores que insistem em trafegar em alta velocidade
O descumprimento às normas que definem a velocidade
permitida nas rodovias cearenses ocasionou 178.109 infrações só este ano, de
janeiro a abril, o correspondente à média de 1.484 ocorrências por dia. No
período, as estradas federais (BRs) apresentaram um cenário melhor do que o
mesmo período do ano passado, alcançando uma redução de 22% no número de
veículos autuados por excesso de velocidade. Maioria, as rodovias estaduais
(CEs) também conseguiram uma redução, mas que não superou a marca de 1%.
Os dados, da Polícia Rodoviária Federal (PRF), pelo
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e pelo
Departamento Estadual de Trânsito (Detran-CE), consideram registros de radares
fixos e móveis. Em todas as estradas monitoradas, os maiores índices de
transgressões foram protocolados nos meses que tiveram feriados prolongados,
como março e abril. Embora, nestas datas, ações de fiscalização tenham sido
aplicadas com o intuito de reduzir as consequências da alta velocidade, a
postura indevida dos motoristas persiste e continua a gerar acidentes.
Desrespeito
Fixados em pontos estratégicos das rodovias, alguns
radares já são conhecidos por motoristas veteranos. Assim, reduzir a velocidade
próximo a um deles é o suficiente para não ser flagrado. Adquiridos pela PRF no
início do ano passado, novos radares móveis têm surpreendido condutores que
tentam driblar a fiscalização. Foram 29.994 flagrantes de janeiro a abril deste
ano, mais do que o triplo registrado no ano passado - 7.724 ocorrências.
Fiscalização
De acordo com Emiliana Araújo, arquiteta do Detran, os órgãos
fiscalizadores agem nos eixos de prevenção e de advertência. “Estamos sempre em
contato com a PRF. Aconteceu um problema, a gente está em cima”, garantiu.
Ações específicas, segundo ela, são aplicadas regularmente em datas como
Carnaval e Semana Santa.
A doutora e pesquisadora em mobilidade humana, Gislene de Macêdo, alerta
para a diferença entre medidas educativas e coercitivas. Segundo ela, as
educativas são aquelas que permitem que o motorista, por si só, opte pela
melhor conduta no trânsito. “A gente sequer aprendeu a fazer escolhas éticas.
As pessoas que têm zelo são consideradas bobas”, argumenta. E reflete sobre o
comportamento: “estamos habituados a pensar que precisamos chegar o mais cedo
nos lugares”.
Fonte: O Povo













