No mesmo dia em que o ministro da
Justiça, José Eduardo Cardozo, admite erros da Polícia Federal na condução da
Operação Acrônimo (leia aqui), uma reportagem
do jornalista Felipe Castanheira, publicada no jornal O Tempo, traz informações
surpreendentes. A prestação de contas da enfermeira Helena Ventura, que
concorreu ao cargo de deputada estadual pelo PT, tinha um erro de nada menos
que R$ 36,2 milhões.
Helena,
neste fim de semana, foi apontada como 'laranja' do PT em Minas Gerais, depois
que a Operação Acrônimo, da Polícia Federal, divulgou que ela teria pago este
montante às gráficas do empresário Benedito Rodrigues, que é o principal
investigado.
Na verdade, Helena gastou apenas R$ 725 e quem
inflou sua prestação de contas de maneira absurda foi a contadora Rosilene
Alves Marcelino, que é filiada ao DEM e posta ataques ao PT nas redes sociais.
Por exemplo, ao compartilhar posts do movimento vemprarua, ela afirma que o PT
prepara um "golpe comunista" no Brasil.
No fim de semana, Helena foi retratada como
criminosa em Veja, ao lado do governador Fernando Pimentel e da primeira-dama
Carolina Oliveira. Hoje, o jornal O Tempo corrige a lambança.
Leia, abaixo, os principais trechos da reportagem do jornal O Tempo:
Contadora filiada ao DEM errou prestação de
enfermeira
Erro transformou servidora em milionária do dia
para a noite; R$ 725 viraram R$ 36,2 milhões
No Facebook. O PT e os políticos
da legenda são os principais alvos das postagens de Rosilene Alves Marcelino
nas redes. Um deles, compartilhado do Vem pra Rua, diz que o partido “dará um
golpe comunista”
FELIPE CASTANHEIRA
Filiada ao DEM e ferrenha opositora do PT nas redes
sociais, a contadora Rosilene Alves Marcelino admite ter errado a prestação de
contas da enfermeira Helena Ventura, candidata a deputada estadual pelo PT, e
incluído, indevidamente, o montante de R$ 36,2 milhões em um pagamento feito
durante as eleições do ano passado. O valor correto, de R$ 725, foi pago à
empresa de propriedade de Benedito Rodrigues, o Bené, preso pela Polícia
Federal na operação Acrônimo. Porém, com o equívoco de digitação, foram contabilizados
os R$ 36,6 milhões, transformando a enfermeira, que é servidora efetiva do
Estado há mais de 30 anos e recebe cerca de R$ 2.000 por mês, em uma milionária
do dia para a noite. Helena passou a ser abordada por equipes de reportagens de
todo o país, e as matérias, segundo ela, aprisionaram-na em sua própria casa.
O erro gerou a suspeita de que a
candidata teria sido usada como laranja para alguma operação ilícita na
campanha. Em entrevista exclusiva a O TEMPO Rosilene,
responsável pela Contabilidade Shalon, localizada em Betim, cidade onde a
enfermeira reside, reconheceu a gafe. Por meio de uma declaração escrita de
próprio punho e registrada em cartório ontem, ela retificou a informação,
explicando que o valor correto do pagamento era mesmo os R$ 725 (veja abaixo).
“Foi um erro de digitação. Eu disse para ela: ‘Nem
você, nem eu vimos’. Ela veio faltando uma hora (para acabar o prazo), querendo
que eu fizesse a prestação de contas dela, que tinha que ser feita naquele
dia”, justificou, minimizando o problema. “É a coisa mais simples de resolver.
É só entrar e fazer a retificação”, completou.
A justificativa, porém, não foi totalmente aceita
pela enfermeira, que diz se sentir ameaçada com a repercussão que o caso tomou,
após matérias serem publicadas em revistas de circulação nacional. “Foi um
valor muito específico para ser confundido por uma pessoa que tem facilidade
com números”, lamentou Ventura.
Ataque na rede
Oposição. Nas redes sociais, Rosilene
Marcelino posta frequentemente mensagens contra o PT e a presidente Dilma
Rousseff. À reportagem, diz que “o PT está destruindo o país”.
Fonte: Brasil 247.













