O presidente-até-o-momento da CBF, Marco Polo
Del Nero, se afundou mais um pouco em seu pântano com uma nova história segundo
a qual seria o “homem forte” das negociações da entidade desde a época de vice
de Marin.
De acordo com o
Estadão, ele recebeu empresários para tratar de contratos com um executivo que
está sendo interrogado na Suíça pelo Ministério Público.
Para os puxa sacos e
desavisados de sempre, a gestão Del Nero era vendida como “renovação”. Duas
contratações viraram símbolo disso. Walter Feldman, secretário-geral, veio com
o mesmo papo magro que usou na campanha de Marina Silva, em que trabalhou como
coordenador. Era preciso esquecer o passado, daqui pra frente tudo vai ser
diferente etc.
Feldman teve um
trajetória triste no PSDB antes de desembarcar na Rede. A ambição nunca se
igualou à capacidade de ganhar votos. Foi serrista quando isso existia, saiu do
partido atirando em Alckmin, voltou para a medicina — agradecendo a mamãe,
naturalmente — e encontrou abrigo com Marina, tornando-se especialista
automático em “sustentabilidade”.
Apanhado no tiroteio,
pensou que retirar o nome de José Maria Marin da sede no Rio de Janeiro
resolveria os problemas. Sua página no Facebook sumiu do ar na semana passada.
A situação de Feldman
talvez só não seja tão complicada quanto a do chefe e a de outro personagem
cuja nomeação causou surpresa até mesmo em Galvão Bueno: o lobista João Doria
Jr..
Doria é velho amigo
de Del Nero e uma indicação de Aécio Neves. Assumiu como chefe de delegação
misteriosamente, sem qualquer tipo de serviço prestado ao futebol (como
se se tratasse disso, na verdade).
Indagado sobre o
cargo do chegança, Del Nero saiu-se com uma tirada em seu agora falecido estilo
cesarista. “Não quero mais ouvir falar em caixa-preta, quero mostrar o que mais
podemos fazer. Trouxemos um homem como o João Dória, que é jornalista e torce
pelo Brasil.” Caixa preta?
Convenhamos que é um
currículo pobre para a função, seja ela qual for. Doria é o autor, entre outras
coisas, do inesquecível movimento Cansei, uma espécie de pré-MBL de bacanas
entediados no governo Lula. Doria, na época um Kim Kataguiri de gumex e banho
tomado, tentou provocar passeatas anticorrupção e acabou ridicularizado
inclusive por Fernando Henrique Cardoso.
Nos últimos meses, em
seu programa traço de tv ou em seus encontros com empresários em resorts, virou
uma voz insistente pelo impeachment (sua obsessão pelo tema fez com que passasse
vergonha num Roda Viva com Eduardo Cunha). “A corrupção, como metástase,
propaga-se e a sociedade clama por uma cirurgia rápida. Antes que seja tarde”,
escreveu na Folha de S.Paulo.
Esse tipo de
indignação não inclui, obviamente, os amigos. A roubalheira na Fifa e na
CBF foi escancarada e Doria nunca mais foi visto. “Destruir um patrimônio como
o futebol não faz bem para o Brasil”, disse Feldman, queixando-se das críticas.
Mostrar o caminho de casa a gente como esses três é uma maneira de proteger o
esporte.
Fonte:
Diário do Centro do Mundo.













