O
próximo empregado da Globo a sofrer ameaça de morte, depois de Jô Soares, será
Marieta Severo. Pode anotar. Marieta foi ao programa do Faustão, uma das
maiores excrescências da televisão mundial desde a era paleozóica.
Fausto Silva estava fazendo mais uma daquelas homenagens picaretas que servem,
na verdade, para promover um programa da emissora. Os artistas vão até lá por
obrigação contratual, não porque gostem, embora todos sorriam obsequiosamente.
O apresentador insiste que são “grandes figuras humanas”.
Ele se tornou uma espécie de papagaio do que lê e vê em
revistas e telejornais, tecendo comentários sem noção sobre política. Em geral,
dá liga quando está com uma descerebrada como, digamos, Suzana Vieira ou um
genérico de Toni Ramos.
Quando aparece alguém um pouco mais inteligente, porém, ele
se complica. Faustão anda tão enlouquecido em sua cavalgada que não lembrou,
talvez, de quem se tratava. Começou com aquela conversa mole sobre o Brasil não
ter “estrutura”. A única coisa organizada aqui é o crime, em sua opinião. Somos
“o país da desesperança”.
Ela discordou com classe: “Não, eu sou sempre otimista”. O
país caminhou muito, falou. “Pra mim, tem uma coisa muito importante: a
inclusão social, a luta contra a desigualdade. A gente teve muito isso nos
últimos anos. Estamos numa crise, mas vamos sair dela”. Ainda criticou os
evangélicos. “Nada contra religião. Só não quero uma legislando a minha
vida”, afirmou.
Recentemente, Marieta, que está no papel principal de uma
nova série, deu uma longa entrevista no Globo. Se confessou chocada com o que
chamou de retrocesso nas conquistas de sua geração (ela tem 68 anos).
“Sou contra a redução da maioridade penal e contra muita
coisa que está em evidência e que, para a minha geração, é chocante”, disse a
ex-mulher de Chico Buarque. “Eu sou da década de 1960, do feminismo, da
liberdade sexual, das igualdades todas”.
Não é preciso dizer que a entrevista no Faustão não foi muito
além do script. Marieta deu um recado importante no mesmo dia em que Mantega
foi novamente hostilizado num restaurante de São Paulo.
Nas redes sociais, os suspeitos de sempre a enxovalhavam por
ter “defendido o PT” (ela não falou no nome do partido). Uma medida sensata
seria MS contratar um guarda-costas daqui por diante — inclusive para circular
no Projac.
Fonte:
Diário
do Centro do Mundo.