Instituição que
começou pequena ainda no governo Lúcio Alcântara e que hoje administra 30% do
orçamento da Saúde, o ISGH é criticado pela falta de transparência e os
resultados do seu modelo de gestão.
Ampliado por Cid Gomes
(Pros) para inovar em soluções de gestão médica e baratear custos, o Instituto
de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH) detém hoje mais de R$ 458,3 milhões em
contratos com o Estado. A entidade, no entanto, vê questionados seus modelo e
grau de transparência. Concebida para superar gargalos na saúde do Estado, a
Organização Social (OS) multiplicou custos e acabou no centro da crise que
abala hoje o setor.
Criada em 2002, ainda
na gestão de Lúcio Alcântara, a OS recebeu em 2003, no primeiro ano de funcionamento
pleno, R$ 18,2 milhões para gerir o Hospital Waldemar Alcântara. Pouco mais de
dez anos depois, o ISGH concentrava, em 2014, R$ 446,4 milhões - o equivalente
a 30% do orçamento destinado à saúde - para gerir três dos dez hospitais do
Ceará e quatro Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Tudo com dispensa de
licitação.
Expandido no governo
Cid, o modelo foi levado para os recém-inaugurados hospitais regionais Norte e
do Cariri. Entre o primeiro e o último ano da gestão, a fatia do Waldemar
Alcântara no orçamento cresceu 194,4%, mesmo sem aumento de leitos ou
atendimentos.
Com o mesmo patamar de complexidade,
o Hospital César Cals teve reajuste mais modesto no período: 52,7%. Mantida
pelo Estado, a unidade contou com orçamento de R$ 71 milhões em 2014.
Nos bastidores do
próprio governo, as críticas recorrentes ao modelo do ISGH foram vistas como
uma das causas por trás da saída de Carlile Lavor da Secretaria Estadual da
Saúde (Sesa). O POVO apurou que o ex-secretário teria proposto mais
investimentos em hospitais filantrópicos, considerados mais baratos.
Ex-presidente do ISGH e titular interino da pasta, Henrique
Javi defende a entidade e diz que há controle rigoroso dos recursos.
De acordo com ele, reformas e um
melhor atendimento impactam no custeio. “Não existe modelo perfeito. Precisa é
estar sempre avaliando o que é melhor”, explica.
Fonte: O Povo.













