O jornalista Janio de
Freitas, em artigo publicado neste domingo (3) na Folha de S. Paulo,
destaca que a delação do doleiro Alberto Youssef está sujeita a invalidação,
nos termos da limpidez legal já cobrada pelo ministro Teori Zavascki, no
Supremo Tribunal Federal (STF).
Intitulado "Uma falta útil", o
texto afirma que as decisões do STF para os julgamentos de réus da Lava
Jato "já acumulam um potencial de surpresas e polêmicas tão volumoso
quanto interessante." Segundo Janio, procedimentos dos condutores da Lava
Jato estão sujeitos a revisões, "a exemplo da recente concessão, pelo
Supremo, de habeas corpus a nove dos presos, por falta de base legal para sua
extensa prisão preventiva."
O artigo prossegue afirmando que
"gravíssima informação surge na entrevista da advogada Dora Cavalcanti a
Mario Cesar Carvalho (Folha, 1º.mai) e junta-se a fatos em geral invalidáveis
pela Justiça. Como foram a difusão, para atrair denunciantes, de constatações
inverdadeiras, iludindo também os meios de comunicação, e como é o uso de
coerção a delatores."
Janio destaca no texto a falta de
condições do doleiro Alberto Youssef para ser agraciado com esse direito de
comprar liberdade. "Youssef já o recebera em 2004 no caso Banestado, com o
compromisso de não voltar ao crime. A respeito, diz Dora Cavalcanti:
"Ele quebrou a delação em 2006
e essa quebra da palavra não foi levada ao ministro Teori Zavascki na chancela
da nova delação"."
O jornalista reforça que não foi levada ao
ministro-relator e ao Supremo no pedido de autorização para o acordo de delação
premiada com Alberto Youssef, mas, se incluída como devia na petição, não
seriam necessários mais motivos para recusa a novo acordo.
"É a validade da delação premiada de
Youssef que está sujeita até a invalidação, nos termos da limpidez legal já
cobrada pelo ministro Zavascki nos habeas corpus dos nove presos. Os
desdobramentos desta esperada polêmica são imprevisíveis", afirma Janio.
Um outro destaque do texto de Janio, sob o
entretítulo "Negócios", afirma que ocorrerá no Rio uma operação
imobiliária original. "A Câmara de Vereadores autorizou a venda de oito
terrenos públicos, antes destinados a novas escolas e praças, para um necessário
reforço do caixa municipal. Valor estimado da venda total: R$ 80 milhões.
Condições de pagamento: propostos 48 meses, 36 meses por emenda. Eis, portanto,
o grande reforço de caixa: R$ 1,6 milhão ou R$ 2,2 milhões por mês."
O artigo também cita a polêmica
envolvendo o governador tucano Beto Richa e o massacre dos professores no
Paraná. Sob o entretítulo "Indecência", o texto afirma
que "o tal estelionato eleitoral de Dilma não foi maior que o de Beto
Richa em sua reeleição no Paraná. Se é por proximidade com corrupção, a de Dilma
está em uma empresa, a Petrobras; a de Beto Richa, disse o noticiário que está
em determinada parte de sua família."
"Já seria o suficiente para
Aécio Neves e seus deputados, por decência, pedirem o impeachment do seu
companheiro de PSDB. Nenhum foi capaz de emitir sequer uma palavra sobre a
ferocidade criminosa do governo paranaense contra os professores."
Fonte: Jornal
do Brasil.