O ex-presidente Lula fez um discurso mais do que contundente neste
Primeiro de Maio, em São Paulo.
Primeiro, mandou a imprensa
olhar pro próprio rabo antes de fazer qualquer insinuação sobre BNDES – neste
fim de semana, a revista Época, da Globo, acusou o ex-presidente de ser
"operador" de vantagens para a construtora Odebrecht, por conta de
uma investigação aberta há apenas dez dias pelo Ministério Público (saiba mais aqui).
Lula disse ainda que os barões
da imprensa (como a família Marinho, que recentemente esteve envolvida em
escândalos de sonegação fiscal) têm medo de sua volta em 2018.
Lula foi ainda mais longe.
Anunciou que a provocação está aceita e disse que vai viajar pelo País.
Cutucado pela Globo como uma denúncia que envergonha a imprensa e
o Ministério Público (leia post de Luis Nassif a respeito), Lula reagiu e
praticamente se lançou candidato.
Leia,
abaixo, nota do Instituto Lula sobre o discurso:
O ex-presidente Lula participou nesta sexta-feira (1) do ato
unificado do Dia do Trabalhador convocado por centrais sindicais e movimentos
sociais no centro de São Paulo. O ato, organizado pelas centrais CUT, CTB,
Intersindical e movimentos sociais de diversas áreas, como o direito à moradia,
o direito à terra e a democratização da comunicação serviu para o lançamento de
uma frente unificada de movimentos de esquerda para enfrentar a ofensiva conservadora
no Congresso Nacional. "Vamos reunir os movimentos de mulheres, negros,
pela educação, pela causa LGBT, diversos movimentos sociais, e montar uma
frente unificada em defesa do Brasil, contra a direita conservadora. Diremos
não à intolerância no Brasil, e não deixaremos que mexam nos nossos direitos.
Como disse o ex-presidente Lula, que não ousem mexer nos direitos da classe
trabalhadora", afirmou Vagner Freitas, presidente da CUT, antes da fala de
Lula.
Em seu discurso, Lula criticou
insinuações contra o seu nome. "Vejo nas revistas brasileiras, que
são um lixo, as insinuações. Eles querem pegar o Lula, mas me chama para a
briga que eu gosto", afirmou, para as milhares de pessoas presentes ao
ato, no Vale do Anhangabaú. "Quero dizer aqui, na frente das crianças:
pega 10 jornalistas da Veja, da Época, e enfia um dentro do outro que não dá
nem 10% da minha honestidade", completou.
Em defesa do governo federal, Lula disse que irá voltar a viajar
pelo Brasil para conversar com os brasileiros. "Aos meus detratores: eu
vou andar este país outra vez, e vou conversar com os desempregados, os
camponeses, os empresários. Vou começar a desafiar aqueles que não se
conformaram com o resultado da democracia", afirmou.
As centrais e movimentos
presentes aprovaram a realização de um dia de lutas em 29 de maio para
manifestar seu repúdio ao projeto de lei 4330, que permite a terceirização de
todos os postos de trabalho no Brasil. Será articulada ainda uma marcha a
Brasília para o dia em que o Senado abrir a votação sobre o projeto.
Fonte: Brasil 247.