O empresário Ricardo Pessoa, dono das empreiteiras UTC e
Constran, disse aos procuradores da Operação Lava Jato que as doações que fez à
campanha do governador de Alagoas, Renan Filho (PMDB), no ano passado eram
parte da propina paga para manter seus contratos na Petrobras.
Filho
do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o governador recebeu R$ 1
milhão da UTC. A empreiteira repassou o dinheiro para o diretório estadual do
PMDB em duas parcelas, em agosto e setembro.
Apontado como líder do cartel de empresas associado ao
esquema de corrupção descoberto na Petrobras, Pessoa fechou na quarta-feira
(13) acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República,
comprometendo-se a contar o que sabe para obter pena menor.
O empreiteiro apresentou uma relação com cerca de 30
episódios que promete detalhar em seus depoimentos nos próximos dias, e
entregou também vários documentos que, segundo ele, poderão ser úteis para as
investigações.
A Procuradoria-Geral da República conduz investigações sobre 48
políticos suspeitos de envolvimento com a corrupção na Petrobras, entre eles o
próprio Renan.
Segundo o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que
também fez acordo para confessar seus crimes e passou a colaborar com as
investigações, Renan e outros líderes do PMDB garantiram o apoio político
necessário à sua permanência na estatal e receberam parte dos recursos
desviados pelo esquema.
O presidente do Senado nega qualquer tipo de envolvimento com
corrupção. Por meio de sua assessoria, Renan Filho disse que as doações
recebidas por sua campanha em Alagoas foram feitas conforme a legislação.
Fonte: Diário do Centro do Mundo.













