O repúdio ao governador tucano Beto Richa,
após o massacre dos professores da rede estadual durante protesto semana
passada, chegou até aos estádios de futebol. No domingo, durante a decisão do
Campeonato Paranaense entre Operário e Coritiba, as torcidas dos dois times
gritaram em coro: “Fora, Beto Richa!”, e exibiram faixas contra o governador.
No sábado, na Arena da Baixada, a torcida do
Atlético Paranaense também se manifestou contra Richa e em apoio aos
professores. Na quinta-feira, na comemoração do título do Londrina do
Campeonato do Interior do Paraná, o jogador Rafael Bastos exibiu um cartaz onde
estava escrito: “Beto Richa tirano! Que vergonha bater em trabalhador.
#ForçaProfessores!”.
Contrariando Richa,
Defensoria Pública do Paraná afirma que não havia black blocs em protesto.
A Defensoria
Pública negou a participação de black blocs no protesto de professores,
contrariando afirmação do governador Beto Richa, que afirmou que havia a
presença do grupo na manifestação da última quarta-feira (29).
"Destaque-se
que nenhuma das pessoas detidas foi autuada em virtude da prática de crime de
dano ao patrimônio público ou privado, porte de arma ou artefato explosivo, não
havendo nenhum indício de que tais manifestantes sejam integrantes de grupos
denominados black blocs", afirmava a nota liberada.
Em nota oficial, o
Grupo de Trabalho de Direito Penal da Defensoria afirmou ainda que prendeu 12
pessoas entre professores e servidores, além de dois adolescentes. A nota ainda
informou que os presos foram autuados por crimes como resistência, desacato e
perturbação do trabalho ou sossego alheio e em seguida foram liberados.
O episódio da
atuação truculenta da polícia militar contra professores que se manifestavam
também fez com que a relação de Richa com sua base de apoio na Assembleia
Legislativa do Paraná ficasse minada. Deputados afirmam que o episódio causou
grande desgaste e que o tucano não soube lidar com as manifestações. Analistas
apontam que Richa está isolado e "encastelado".
Fonte:
Jornal do Brasil.