(Reuters) - Os nomes dos presidentes da Câmara dos
Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL),
estão na lista encaminhada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao
Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a abertura de inquéritos por
envolvimento na operação Lava Jato, noticiaram jornais nesta quarta-feira.
A
PGR encaminhou ao Supremo na terça-feira 28 pedidos de abertura de inquérito
contra 54 pessoas, com ou sem mandato parlamentar, por conta da operação Lava
Jato da Polícia Federal, que investiga um esquema de corrupção na Petrobras.
Os
nomes dos peemedebistas que comandam as duas Casas do Congresso aparecem nos
jornais Folha de S.Paulo, Estado de S.Paulo e O Globo. Segundo o Estadão, os
dois foram informados previamente pelo vice-presidente da República e
presidente do PMDB, Michel Temer.
Ainda
segundo o Estadão, Renan já teria consultado dois advogados para o defender,
enquanto Cunha negou ter recebido "qualquer informação, de quem quer que
seja".
A
Folha diz que também estão na lista os nomes do senador e ex-presidente da
República Fernado Collor de Mello (PTB-AL), da senadora e ex-ministra Gleise
Hoffmann (PT-PR) e do senador e ex-ministro Edison Lobão (PMDB-MA).
Os
nomes dos investigados não foram divulgados nem pela PGR nem pelo Supremo, pois
o caso corre sob segredo de Justiça. Cabe agora ao ministro do STF Teori
Zavascki, relator do caso no Supremo, acatar ou não um pedido de retirada do
sigilo para que possam ser conhecidos os envolvidos nos pedidos de inquérito da
PGR.
Os
políticos com mandato parlamentar têm prerrogativa de foro privilegiado e só
podem ser julgados pelo STF. No entanto, na lista do procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, há pessoas sem mandato, que não têm foro
privilegiado, mas foram incluídas por estarem vinculadas às denúncias.
No
meio político, a lista era amplamente aguardada. No Congresso Nacional, o clima
na terça-feira era de expectativa em relação aos pedidos de investigação de
Janot ao STF.
Segundo
o Estadão, a PGR deve encaminhar nesta quarta-feira outra lista para o Superior
Tribunal de Justiça (STJ), responsável por autorizar investigações contra
governadores.
Fonte: Reuters