O Estado do Ceará deverá enfrentar mais um ano de
seca. Segundo a Fundação Cearense de Meteorologia (Funceme), a probabilidade da
quadra chuvosa ficar abaixo da média é da ordem de 64%. A informação foi
divulgada hoje, no final desta manhã, no Palácio da Abolição. Este é o quarto
ano seguido de chuvas abaixo da média. “Nós estamos alertando sobre a
possibilidade de mais um ano ruim em relação as chuvas desde novembro de 2013.
Foi dado um alerta a título de preocupação. Agora se confirmou”, destacou o
representante da Funceme, Eduardo Martins.
A mudança climática das últimas semanas, com
variação de chuvas em alguns municípios, colocam uma probabilidade um pouco
menor da seca ser , principalmente para a região do Cariri. Segundo Eduardo
Martins, não dá para contar com esse pouco volume. “Precisamos contar que essas
mudanças irão persistir, mas não podemos apostar nisso.”
Esses resultados já eram esperados pelo
Governo do Estado que está debatendo há alguns dias, um programa de
enfrentamento de mais um ano de estiagem. O governador Camilo Santana vem
acompanhando de perto a situação para evitar que haja colapso no abastecimento
de água, principalmente, no consumo humano. É o quarto ano consecutivo que o
Ceará não consegue reabastecer os mananciais. “Isso é preocupante”, classifica
Camilo Santana. Segundo ele, reuniões com os secretários de Recursos Hídricos,
Francisco Teixeira, e com o secretário de Planejamento, Hugo Figueiredo, para
que as pastas trabalhem juntas.
O governador destacou que o Estado já vem se
planejando há algum tempo, mas ressalta que a segurança hídrica só será
possível, para que não se possa depender somente das chuvas, é com a obra da
transposição São Francisco e o Cinturão das Águas. “Fortaleza e Região
Metropolitana não apresentam problemas por causa do Eixão das Águas”, disse.
Entre as ações apresentadas pelo governo para
enfrentar o problema estão a construção de mais cisternas de placas, adutoras
emergenciais, além da construção de novas barragens e a conclusão de obras em
andamento e ampliando as operações de carros pipa. “Vou pedir uma reunião com a
presidenta Dilma para apresentar nossas demandas para o enfretamento da seca no
Estado”, disse.
De acordo com o secretário, Francisco
Teixeira, a seca deste ano, diferente dos anos anteriores, afetará as sedes
municipais, não só as zonas rurais e as ações emergenciais serão os carros
pipa, continuação da construção das adutoras de montagem rápida, que retirarão
água dos açudes Castanhão e Orós e construção, também, de poços profundos.
Racionamento
Em Crateús, segundo informações divulgadas à imprensa
ontem por Teobaldo Marques, coordenador da Defesa Civil do município, o
abastecimento de água da cidade deve estar comprometido a partir de meados de
fevereiro. Hoje, o município já está sofrendo racionamento. Segundo Francisco
Teixeira, está sendo construída uma adutora de 180 quilômetros do açude Araras
para abastecer o município. “Estamos com alguns problemas em relação a recursos
federais que ainda não foram repassados, mas estamos acelerando a construção”,
disse.
O município já passou por uma intervenção em
2014 para salvar do colapso, porque o açude Carnaubal que tradicionalmente
abastece Crateús, secou. Para normalizar o abastecimento, o Governo do Estado
liberou água do açude Flor do Campo, que abasteceu o município até hoje.
Fonte:
Ceará
247.