Em
sua defesa no processo da operação Lava Jato, o executivo Gerson de Mello
Almada, vice-presidente da construtora Engevix, relacionou o esquema de desvios
e suborno de agentes públicos do esquema de Alberto Youssef ao sistema de
financiamento privado dos partidos.
Na petição assinada pelo advogado, Antonio Sergio de Moraes
Pitombo, o empresário diz que sofreu “achaques”, do ex-diretor de Abastecimento
da Petrobras Paulo Roberto Costa, e de outros administradores da petroleira,
"em nome de partido, ou em nome de governo".
A declaração expõe falência da política e a urgência em se
acabar as doações privadas nas campanhas.
Leia trechos em questão da petição, disponível abaixo na
íntegra:
“A denúncia não pode ser recebida, pois não conta a verdade, fim
precípuo do processo penal. Vale registrar alguns fatos notórios, outros
emergentes dos próprios autos do inquérito policial, que desapareceram da
acusação: faz mais de doze anos que um partido político passou a ocupar
o poder no Brasil. No plano de manutenção desse partido no governo,
tornou-se necessário compor com políticos de outros partidos, o que significou
distribuir cargos na Administração Pública, em especial, em empresas públicas e
em sociedades de economia mista.
O pragmatismo nas relações políticas chegou, no entanto, a tal
dimensão que o apoio no Congresso Nacional passou a depender da distribuição de
recursos a parlamentares. O custo alto das campanhas eleitorais levou, também,
à arrecadação desenfreada de dinheiro para as
tesourarias dos partidos políticos.
Nessa combinação de interesses escusos, surgem personagens como
PAULO ROBERTO COSTA, que, sabidamente, passou a exigir percentuais de todos os
empresários que atendiam a companhia. Leia-se, exigir. O que ele fazia era
ameaçar, um a um, aos empresários, com o poder econômico da PETROBRÁS. Prometia
causar prejuízos no curso de contratos.”
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Fonte: Brasil 247.