O número de mulheres é superior ao
de homens em quase 283 mil habitantes, o que dá para lotar quatro vezes o
estádio Castelão, que comporta 65 mil pessoas
As mulheres se queixam que “falta
homem no mercado”, sobretudo no Ceará. Também não é por menos. No estado, o número delas é superior ao deles em quase 283
mil habitantes. Esse total lota mais de quatro vezes o maior estádio
cearense: Arena Castelão,
que comporta 65 mil pessoas.
Com base na estimativa demográfica para o ano de 2014 –
divulgada pelo Censo 2010 do IBGE –, o número de cearenses é de
8.842.79. Desse total, 51,6% são do sexo feminino, o que significa que para
cada 100 mulheres existem 93 homens.
Notório
Para a estudante Bárbara Sampaio, 24, é notório que há mais
mulheres que homens, pelo menos em Fortaleza. “Em todos os cantos que a gente
vá, festas ou faculdade. Acho que corremos menos
risco de morte em algumas situações. Os homens estão mais propensos à
violência”, explica.
E se está difícil para as mulheres arranjarem um relacionamento,
está fácil para os homens. Pelo menos é o que o administrador Ramiro Leite
considera. “Existe uma cultura de que a mulher precisa de um companheiro.
Então, há uma pressão para que elas consigam alguém. Então, o homem nem precisa
encantar uma mulher, porque elas não selecionam mais tanto. Não é preciso ser
satisfatório, mas conveniente”.
Análise
Não é de hoje que o número de mulheres é superior ao de homens
não só no Ceará, mas no Brasil. Segundo a professora da
UFC Neyara Araújo, na evolução da espécie, a própria natureza se previne,
gerando mais matrizes, que potencialmente proporcionarão a procriação das
gerações.
Além disso, no Ceará, o fato não é novidade devido a algumas
características da história local. No passado foi mais comum aos
homens deixarem seus lares e migrarem de região, em busca de trabalho e mais
oportunidades para sustentar a família. Já as mulheres permaneciam no lar,
cuidando dos filhos.
Com o tempo, esse fator deixou de ter
força, já que as migrações se estabilizaram, mas a violênciatornou-se
a protagonista da história. “O homem está mais exposto ao perigo e a algum tipo
de autoviolência. Já as mulheres têm mais controle. Mesmo assim, o processo
está mais indefinido, porque há violência em todo lado”.
Em relação aos assuntos do coração, a professora considera que
as reclamações
das mulheres não têm
ligação direta com a quantidade. “É algo mais profundo. As mulheres se
preocupam mais com estabilidade, até mesmo em função dos filhos. Então, ela
quer mais garantias e escolhe mais”, finaliza.
Fonte: Tribuna do Ceará