O jornalista Ricardo Mello,
colunista da Folha de S. Paulo, denuncia as manobras para contestar o segundo
mandato da presidente Dilma Rousseff, no artigo A farsa do impeachment.
Segundo ele, os esquemas das empreiteiras vêm de muito mais tempo.
"O que está exposto à execração pública não é
a ação de uma camarilha isolada. É o envolvimento do "crème de la
crème" do empresariado local – e internacional – com práticas de achaque
ao Estado", diz ele. "Nem o tucano mais inflamado, no íntimo,
acredita que o esquema começou com administrações petistas. O inquérito sobre a
bandalheira no sistema de transporte de São Paulo fala por si só. A operação
Castelo de Areia, interrompida por chicanas jurídicas, também ilustra a
promiscuidade entre os senhores do dinheiro e os negócios de Estado – seja quem
for o gerente de plantão."
Ele também nega que o
brasileiro esteja tolerante com a corrupção, mas afirma que os brasileiros não
aceitam mais hipocrisia. "Alguém poderia achar que o
resultado indica que o brasileiro se acostumou com o "rouba mas faz".
Nada disso. A maioria trabalhadora, honesta, que conta os trocados para
sustentar a família, não tem nenhum tipo de conivência com roubalheiras",
afirma Mello. "Mas, da mesma forma, não imagina gente como Aécio Neves,
José Serra (que declarou em alto e bom som considerar cartel uma coisa normal)
ou Fernando Henrique (que conquistou a reeleição na base do dinheiro vivo) no
papel de guardiões da honestidade."
Fonte:
Brasil
247.













