O banqueiro André Esteves, dono
do banco de investimentos BTG Pactual e um dos empresários mais poderosos do
País, pode estar entrando no radar da Operação Lava Jato.
Segundo reportagem de Ricardo
Brandt, Fausto Macedo e Julia Affonso, publicada no jornal Estado de S. Paulo
(leia aqui), um funcionário da Petrobras, que vem
sendo chamado de "garganta profunda", delatou, em sigilo, à Polícia
Federal uma operação feita pelo banco na estatal: a compra de 50% dos poços de
petróleo na Nigéria por US$ 1,5 bilhão.
O depoimento secreto foi
prestado pelo informante no dia 28 de abril deste ano, no Rio de
Janeiro. "Em poucos meses a Petrobras vendeu 50% de
participação de seus negócios na África por apenas US$ 1,5 bilhão contra um
valor mínimo previsto anteriormente de US$ 3,5 bilhões – avaliado anteriormente
pelos bancos internacionais", disse o informante.
No mesmo depoimento, ele também
citou negócios que envolveriam o lobista Fernando Baiano, que está preso e é
tido como suposto operador do PMDB. Outro personagem mencionado é o do
engenheiro maranhense José Raimundo Brandão Pereira, que teria sido indicado
pelo ministro Edison Lobão, de Minas e Energia, para participar de negócios
escusos.
Segundo o "garganta
profunda", o indicado por Lobão tentou superfaturar o afretamento de
navios usados pela refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, o que teria
provocado o rompimento entre a Petrobras e a companhia belga Astra Oil.
No caso do BTG, o banco apenas
informou ter adquirido os blocos de petróleo na África pelo menor preço, em
processo licitatório. O caso, no entanto, vem sendo investigado pelo Tribunal
de Contas da União. Foi também denunciado pelo deputado Antônio Imbassahy
(PSDB-BA), mas depois acabou sendo deixado de lado depois que o BTG se
aproximou da campanha do senador Aécio Neves (PSDB-MG). Antes das eleições,
Esteves promoveu um evento em Nova York em torno de Aécio, em que o então
presidenciável tucano questionou a falta de confiança no País.
Além dos poços na África, o BTG
também é o maior acionista de outra companhia envolvida indiretamente na Lava
Jato: a Sete Brasil, que contratou como diretor operacional Pedro Barusco,
ex-gerente da Petrobras, que confessou ter recebido propinas de US$ 100
milhões. Em crise financeira, a Sete paralisou pagamentos a diversos estaleiros.
Fonte:
Brasil
247.













