Entra pleito e sai pleito, lá
estão elas a cada dois anos, a tentar desenhar o cenário político. O fato é que
as pesquisas eleitorais realizadas e fartamente divulgadas, principalmente
aquelas dos institutos Ibope e Datafolha, cada vez mais têm pautado a eleição.
E a dose parece ter transbordado
o limite no pleito deste ano. Na reta final do primeiro turno, pesquisas
chegaram a ser atualizadas a cada dois dias, com a devida exploração pelos
jornais em suas manchetes do dia seguinte. O mesmo aconteceu com as revistas
semanais. Além do noticiário em tempo real, por meio dos principais sites,
portais e redes sociais etc. Diante de tantos números, percentuais e
estatísticas, e em tão curto espaço de tempo, surgem algumas inquietações. O
eleitor precisa disso? Até que ponto o voto é decidido com base nas pesquisas?
A quem serve tamanha numerária?
“Para minimizar erros, desde 2002
trabalhamos com a média das pesquisas dos principais institutos. Acredito que a
liberdade de informação deve ser preservada a qualquer preço. As pesquisas
devem ser realizadas e amplamente divulgadas”, disse ao Congresso em
Foco o cientista político Murillo de Aragão, fundador da Arko Advice
Pesquisas e Análise Política e acostumado com o universo dos percentuais.
Fonte: Sobral de Prima.