Vigilantes que atuam em hospital de Goiânia dizem que suspeito era 'calado'. Empresa na qual ele trabalhava afirma que conduta era 'irrepreensível'.
Colegas de trabalho do vigilante Tiago
Henrique Gomes da Rocha, de 26 anos, apontado como autor de 39 mortes, em
Goiânia, afirmam estar surpresos com o caso . “Sempre o vi por aqui, mas nunca
imaginei que ele seria capaz de cometer crimes dessa forma e ainda confessar.
Ele era muito calado, não conversava muito, mas nunca desconfiei de nada”,
afirmou um vigilante, que não quis ser identificado, em entrevista ao G1.
Tiago trabalhava desde agosto deste ano
na empresa de segurança Grupo Fortesul, que tem sede em Aparecida de Goiânia,
na Região Metropolitana da capital. Ele prestava serviços de vigilância no
Hospital Materno Infantil (HMI), no Setor Oeste, no período noturno.
“Ele sempre foi exemplar, chegava mais
cedo para o trabalho, pois fazia o turno das 19h às 7h, e ficava na dele. Eu o
rendia em um dos postos, mas ele mal me respondia um bom dia, talvez pelo fato
de eu ser mulher. Não dá para acreditar que estávamos ao lado de um possível
assassino em série o tempo todo”, relatou uma vigilante, que também não quis se
identificar.
Os colegas disseram que nunca viram
Tiago acompanhado e que ele demonstrava ser tímido. “Como ele ficava na dele,
caladão, a gente também não puxava muito papo. Eu pensava que era por causa da
timidez, mas agora depois de tudo isso, de ele ter confessado as mortes, já
desconfio que ele não era muito normal mesmo”, ressaltou o colega.
Em entrevista na tarde de sexta-feira
(17), Tiago disse que gostaria de pedir desculpas à mãe dele e às famílias das
vítimas pelos crimes que cometeu. Ele não respondeu se
acredita ser doente mental, mas falou em "arrependimento" e afirmou
querer um tratamento médico para se livrar do que ele define como
"sentimento de raiva".
O Grupo Fortesul informou, em nota, que
a empresa foi “surpreendida” pelas notícias veiculadas pela imprensa e que irá
aguardar o andamento das investigações. Segundo a companhia, o vigilante
“apresentava condutas irrepreensíveis em seu ambiente de trabalho”.
A empresa ressaltou, ainda, que Tiago
estava em fase de contrato de experiência e atuava na área de vigilância
desarmada. Ele passou por todo um processo de seleção, no qual apresentou todos
os documentos solicitados, incluindo o diploma de formação de vigilantes “em
escola autorizada pelo Ministério da Justiça, com registro de certificado junto
à Polícia Federal”, e foi aprovado também no exame psicotécnico e admissional.
Já assessoria de imprensa do HMI
confirmou ao G1, também por meio
de nota, que Tiago iniciou as atividades na unidade no último dia 1º de agosto
e que ele prestava serviços no período noturno, em regime de plantão.
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Fonte: G1.