segunda-feira, 6 de outubro de 2014

A primeira baixaria da nova campanha foi a ‘homenagem’ de Aécio a Eduardo Campos.

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A primeira baixaria da campanha do segundo turno veio na forma de uma suposta homenagem.
Aécio reverenciou, aspas, a memória de Eduardo Campos no discurso em que comemorou sua passagem para a fase final das eleições.
Vamos chamar as coisas pelo nome certo. O que Aécio fez foi exploração de cadáver com objetivos eleitoreiros.
O que ele deseja, muito mais que evocar o “amigo morto”, são os votos dos simpatizantes de Campos.
Segundo a colunista Mônica Bergamo, da Folha, a viúva Renata Campos está prestes a declarar apoio a Aécio.
Aécio poderia ter homenageado verdadeiramente Eduardo Campos se houvesse tomado sua imediata defesa quando o nome do candidato morto apareceu, levianamente, no noticiário das denúncias do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.
Mas não. Calou-se. Pior: tratou as afirmações de Costa como verdades absolutas, muito antes de qualquer investigação.
Isso apenas ajudou a manchar a imagem de Eduardo Campos.
Agora, quando Campos poderia enfim começar a descansar em paz, eis que Aécio invade seu túmulo e tenta trazê-lo para o centro do debate eleitoral.
Quase tão bizarra quanto a “homenagem” de Aécio a Campos foram declarações do vice de Marina em seu Twitter.
Beto Albuquerque, num espasmo de machismo gaúcho, disse que não é homem de levar desaforo para casa.
Como Marina, ele se fazia de vítima dos ataques do PT.
Não tenho procuração para defender o PT, de quem sequer sou eleitor.
Mas queria entender como Marina, que chegou chamando continuamente Dilma e o PT de símbolos da “velha política”, num tom de estrepitoso insulto, tem coragem de se dizer “ofendida”.
O que ela esperava? Que Dilma a elogiasse e aplaudisse como ícone da “nova política”?
Marina bateu de cara. Antes dela, Campos fizera o mesmo. Desqualificou Dilma desde o início: disse que era a primeira vez em décadas que um presidente entregaria um país pior do que recebeu.
Chegou a fazer uma piada duvidosa que remetia à eliminação do Brasil na Copa. Dilma estava levando o Brasil a perder de 7 a 1 mais uma vez, disse Campos: 7 de inflação e 1 de crescimento do PIB.
Com tudo isso, Beto Albuquerque se faz de vítima?
Pausa para rir, ou chorar.
Temos uma situação curiosa no Brasil. A oposição diz que o país vai acabar se Dilma vencer.
Isso não é terrorismo. É advertência, talvez.
Dilma diz que os mais humildes ficarão desprotegidos se a direita ganhar. Isso é terrorismo.
O tributo fajuto de Aécio e o choro patético de Albuquerque receberam, posteriormente, um complemento notável de FHC.
Os eleitores do PT são desinformados, segundo o sábio FHC. Provavelmente porque não concordam com a alta filosofia contida no noticiário da Veja, e da Globo, e do Estadão, e por aí vai.
FHC chamou também Dilma de gorda. E ei-lo defendendo uma campanha altiva, elevada, de ideias.
Sêneca disse que ao se lembrar de certas palavras que usara tinha inveja dos mudos. O mesmo vale para FHC.
Fonte: Diário do Centro do Mundo.
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